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Zapping - Cristina Padiglione

Claudia Raia: 'Pensei: posso ser a gostosa ou me tornar uma atriz'

Estrela que atua, canta e dança, ela fala sobre estereótipos na seção 'Três Perguntas Para'

Claudia Raia lança clipe de 'Tô bem melhor sem você'
Claudia Raia lança clipe de 'Tô bem melhor sem você' - Renam Christofoletti
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Integrante do júri fixo do Show dos Famosos, no Domingão com Huck, Claudia Raia, 54 anos, não passa um domingo despercebida. Com figurino digno de diva, esbanja brilho, paetê e fendas generosas. Foi esse repertório que a atriz levou para o seu primeiro videoclipe, "Tô Bem Melhor Sem Você", feito em homenagem à comunidade LGBTQIA+, parcela considerável de seu público.

O trabalho, dirigido por Marcella Rica, teve participação de drags como Marcia Pantera, Gysella Popovick, Catherrine Leclery, Salete Campari, Laysa Bombom, Alexia Twister, Silvetty Montilla, Allyssa Drummond, Lilian Ravani, Thália Bombinha e Rafaelly Poul.

Lançado na segunda-feira (28), o vídeo foi gravado a partir de uma das músicas do álbum "Conserto Para Dois", produzido especialmente para a peça de teatro homônima, protagonizada por Claudia, que também é bailarina e cantora, e seu marido, Jarbas Homem de Mello, 51.

Juntos, os dois dançam, cantam e interpretam 12 personagens durante a apresentação, habilidades dignas dos 40 anos de carreira da atriz. A temporada, que teve início em 1° de outubro, termina no dia 19 deste mês.

Claudia Raia é a segunda entrevistada na nova seção da coluna, "Três Perguntas Para...", que teve sua estreia com Rafael Cortez. Eis o que ela nos conta:

Quem é Claudia Raia após os 50 anos?

Amor, não cabe em uma resposta! Eu escrevi um livro e não deu para contar tudo (risos). Hoje eu estou no meu auge. Sou dona do meu desejo, das minhas vontades, estou correndo atrás para realizar os meus sonhos, que ainda são muitos (risos). E é tudo isso que faz de mim quem sou, não é a minha idade. Ela é só um número para mim. Pensar no caminho que já andei até aqui me dá muito orgulho e me deixa muito animada para tudo que está por vir!

Você já sofreu preconceito de diretores que não lhe enxergavam em determinado papel, em função de sua personalidade? Acredita que o comportamento pessoal do ator afete as propostas que ele recebe?

Já houve casos em que não queriam que eu fizesse determinado papel porque me liam de uma maneira ou de outra. Mas eu sou capricorniana, amor. Se fecham a porta, eu bato até abrirem de novo. Eu nem uso a janela (risos). Foi assim com o Tonhão, da 'TV Pirata'. Primeiro que o Guel Arraes nem queria que eu estivesse no elenco da atração porque dizia que eu não era comediante, mas, sim, atriz. Eu insisti, defendi que queria'fazer parte da atração e consegui. Aí depois foi a batalha para fazer o Tonhão, que eu achava um papel incrível e como era um personagem muito diferente de tudo que eu já tinha feito, eu queria muito fazer.

Não tenho vaidade ou melindre para personagem. Gosto daqueles que me desafiam, que me tiram completamente da zona de conforto e me dão oportunidade de mostrar outras nuances do meu trabalho. O Tonhão representava tudo isso! No fim, consegui o papel e foi um grande sucesso. Até hoje as pessoas se lembram dele, falam dele comigo.

Outra situação parecida foi com Engraçadinha. O Talma não achava que eu tinha a ver com o papel porque, pasmem, disse que eu era do humor. Mas eu queria aquele papel. Imagina, uma mulher com aquela história, uma personagem de Nelson Rodrigues. Entrei escondida na Globo para fazer o teste, com a ajuda da minha amiga Denise Saraceni, e ganhei o papel! Coisas da vida, né?! E você acredita que foi por causa dele que João Emanuel Carneiro pensou em mim para interpretar Donatela, de 'A Favorita'?

Eu não acho que seja necessariamente o comportamento pessoal do ator. Se um ator faz sucesso em determinado tipo de papel, começam a querer escalar ele para aquilo com mais frequência. Mas tem um momento que o próprio ator sinaliza que gostaria de outros desafios, além de outras oportunidades que vão sendo criadas, ou que ele vai atrás.

Comigo foi muito assim. Teve um momento da carreira, bem no início, que pensei: eu posso ser a gostosa ou posso me tornar uma atriz. Eu quis me tornar uma atriz e, por isso, ia atrás dos personagens mesmo (risos). No meu caso, deu certo. Mas cada artista tem seu caminho para trilhar!

Você lançou um clipe em homenagem aos fãs LGBTQIA+ e gosta de ostentar figurinos dignos de drag queens, que te adoram. Qual a relação com esse público?

Tenho uma relação muito próxima com o público LGBTQIA+ e quis muito fazer essa homenagem. Foi uma maneira minha de retribuir todo carinho que sempre recebi desse público ao longo da minha carreira. O clipe é da canção 'Tô bem melhor sem você', do meu espetáculo 'Conserto para Dois', que fica em cartaz até 19 de dezembro, no Teatro Procópio Ferreira, em São Paulo. Na história, essa música é cantada pela drag queen Lena de Palma. Daí veio a ideia de convidar um time maravilhoso de drags para estarem comigo. São elas: Marcia Pantera, Gysella Popovick, Catherrine Leclery (que veio da Alemanha para participar do projeto), Salete Campari, Laysa Bombom, Alexia Twister, Silvetty Montilla, Allyssa Drummond, Lilian Ravani, Thália Bombinha e Rafaelly Poul. Gravamos na Blue Space, em São Paulo. A direção ficou por conta da Marcella Rica, que é muito talentosa e também é uma mulher gay. Quis trazer essa representatividade para toda equipe.

Onde acompanhar

Em cartaz com a peça "Conserto para Dois, O Musical" no Teatro Procópio Ferreira, em São Paulo, às 21h nas sextas e sábados, e às 19h aos domingos

No álbum de "Conserto para Dois, O Musical", disponível em todas plataformas digitais

Como jurada no "Show dos Famosos", que vai ao ar aos domingos no Domingão com Huck

Zapping - Cristina Padiglione

Cristina Padiglione é jornalista e escreve sobre televisão. Cobre a área desde 1991, quando a TV paga ainda engatinhava. Passou pelas Redações dos jornais Folha da Tarde (1992-1995), Jornal da Tarde (1995-1997), Folha (1997-1999) e O Estado de S. Paulo (2000-2016). Também assina o blog Telepadi (telepadi.folha.com.br).

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