Estamos desistindo da maternidade porque ninguém quer ver sua carga de trabalho crescer
Cada vez com mais legitimidade, mulheres dizem que não querem ter filhos
A vida de mãe é muito complexa e, quanto a isso, nada de novo. A novidade não tão recente é a quantidade de mulheres que não querem ser mães. Isso está nos levando, principalmente no Brasil, a um colapso geracional.
Dentro de pouco mais de dez ou 20 anos, teremos mais idosos. Não haverá jovens suficientes para trabalhar e tornar o país competitivo, e os velhos, mesmo vivendo mais, perdem força de trabalho. Com isso, tornamos comprometida a nossa capacidade de melhorar economicamente como nação.
Cada vez com mais legitimidade (e eu acho isso maravilhoso), as mulheres têm dito que não querem ter filhos. E se incomodam, com toda razão, quando são questionadas sobre os motivos pelos quais fazem essa escolha.
Para elas está tudo muito claro: “meu corpo, minhas regras”. Ocorre que, enquanto sociedade, acho realmente que nós temos que fazer uma investigação sociológica e aprofundar os porquês do caso.
Como mãe, eu posso dar respostas claras sobre o motivo pelo qual muitas das minhas contemporâneas não querem ter filhos: falta companheirismo, empatia e compreensão social. E sobram cobranças. Não é o pai que é obrigado a deixar o mercado de trabalho. Nunca o pai deixará de ser promovido porque teve um filho. Jamais irá ganhar menos por isso.
No dia a dia, não são os homens que resolvem questões que vão desde a escolha da escola até o cardápio, passando pela gaveta ideal para guardar pijamas, por exemplo. Ou seja, toda mulher que conhece uma mãe sabe que, ao parir, a carga mental triplica. Quem quer isso para si?
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