Momento pede releitura de 'O Cemitério', clássico de Stephen King que hipnotiza sempre
Versão para os cinemas faz sucesso em cartaz
Um dos maiores medos que podemos ter é do desconhecido. Nesse jogo macabro, a ameaça pode vir de qualquer lugar, a qualquer momento, e age de acordo como normas desconhecidas, deixando os amedrontados em uma mistura de pânico, ansiedade e terror.
Esses são os principais elementos utilizados pelo incansável e genial escritor Stephen King, 71, em seus livros. E que fazem sucesso nos cinemas mais uma vez.
Agora, a adaptação de King que está em cartaz é a do livro "O Cemitério" (R$ 64,90, 424 págs., Suma das Letras). Uma boa oportunidade para recorrer à história original (por experiência própria sei que os livros do americano são capazes de dar mais medo do que os filmes).
O que não é visto no cinema, por exemplo, é a forma com que King domina a narrativa. Frases curtas, pensamentos concisos, diálogos bem encaixados. Há décadas é um dos maiores escritores do gênero do mundo. E não costuma decepcionar.
Tal como na versão impressa, "Pet Sematary", como é chamado no original, bota medo já no trailer. Isso porque King, de forma magistral, lança mão do horror de fantasia, um horror mágico que subverte seus personagens a uma lógica inesperada.
Quem esperaria que, na história, tudo começaria a dar errado para uma família quando seu gato de estimação (chamado Winston Churchill) morre e é ressuscitado pelo pai. O felino, vítima de um atropelamento fatal, é levado a um cemitério indígena que possui poderes malignos. Perto do local onde as crianças costumam enterrar seus animais de estimação.
A trama toda, é claro, passa-se em uma cidadezinha do Maine (EUA), onde o escritor costuma ambientar suas histórias. Pois bem: logo o bichano volta para o convívio da família, mas diferente, exalando um cheiro ruim. Nem o gato, nem ninguém que sair dali jamais será o mesmo.
E o protagonista, Louis Creed, perceberá isso da pior forma. Ele começa a viver experiências noturnas que facilmente confunde com sonhos, nas quais vai até o tal cemitério maldito. Qual não é seu pânico quando acorda com a terra do local em seus pés.
Nessa levada, o enredo alterna vida real com momentos sobrenaturais que mais parecem um pesadelo. Quando as barreiras entre vida e morte são destruídas, ficamos sabendo que há ameaças piores do que a própria morte.
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