Carnaval 2023: Como foi o Baile da Vogue, no Copacabana Palace

Por pouco a chuva que castigou o Rio de Janeiro no início da noite desta sexta-feira (10) não acabou com a única forma de interação do povo com os famosos que foram ao Baile da Vogue, no Copacabana Palace. O tema este ano era "Sonho de Uma Noite de Verão", e levou a interpretações muito particulares na criação dos figurinos.

A turma do sereno, que ano após ano se aboleta em frente ao hotel só para ver, aplaudir (e dar uma zoada) nas celebridades fantasiadas em suas festas de Carnaval, desta vez precisou esperar o temporal dar uma trégua para se postar à beira do tapete vermelho (este ano azul, por causa de um dos patrocinadores).

Parece que valeu a espera, até pela superprodução e pelo figurino inusitado de alguns convidados. Quer dizer, mais ou menos inusitados. Valesca Popozuda, por exemplo, chegou na garupa de uma moto em um macacão amarelo de mangas esvoaçantes, e passou um bom tempo posando para fotos com um capacete da mesma cor nas mãos.

A entrada cheia de estilo não tinha nada de criativa ou espontânea: era parte de uma ação promocional da cantora para um aplicativo, que -se o prefeito Eduardo Paes autorizar, e ele não parece nem um pouco disposto a isso- vai passar a oferecer o transporte de passageiros em motocicletas. Valesca planeja até regravar o clássico funk "Dança da Motinha", aquele do refrão "Dança da motinha / as popozuda perde a linha".

No quesito fantasia, destaque também para Deborah Secco e Sabrina Sato, duas mestres na arte de atrair todas as atenções para seus figurinos, seja participando da cobertura da Copa do Mundo ou no Carnaval. Deborah desta vez veio de Bruna Surfistinha. "Essa personagem sempre foi meu sonho de uma noite de verão", explicou, numa referência ao filme em que interpretou a garota de programa. Quiseram saber então se ela passaria a noite carregando aquela prancha pesada. "Não, é só para as fotos mesmo". E a assessora ao seu lado: "Aposto que vai sobrar para mim....".

Como é praxe nesses eventos, os convidados faziam fila à frente de um backdrop com a marca dos patrocinadores para serem entrevistados por bolinhos de jornalistas. Nesta espera, eis que o recente ex-casal José Loreto e Rafa Kalimann fica separado por apenas uma meia dúzia de pessoas. Para evitar o eye contact, a ex-BBB fingiu olhar a tela do celular quando o ator passou (quem nunca?), e os dois parecem não ter se falado. Não ali.

Na fila também se deu o encontro entre Patricia Poeta e Sabrina Sato, que usava uma fantasia coberta de flores, com um arranjo enorme na cabeça. Enorme mesmo, tanto que ela precisou do auxílio de dois assistentes para se locomover. "Não vira depressa" aconselhavam os ajudantes. Em vão. Ao cumprimentar alguém, o jardim florido de sua cabeça de uma queda foi-se ao chão, e Sabrina, séria e um pouco irritada (o que é raro), deu meia volta para se arrumar de novo.

Hora de Narcisa Tamborindeguy passar por ali e repetir seus bordões ("Ai, que loucura", "Ai, que baile"), naquele permanente estado de excitação, logo quebrado quando questionada sobre o que achava da declaração do ex-marido, Boninho, de que ter se casado com a socialite teria sido um erro. "Não falo sobre isso. Que saco".

Lá dentro, via-se a ex-modelo Veluma, festejadíssima nos anos 1970 e 1980, desfilando pelo salão com uma fantasia de Malévola, toda branca, que contrastava com sua pele negra. "Botei branca para chamar mais atenção", contou, acrescentando de forma insinuante que estava no baile "para fazer maldade". A roupa tinha atrás um rabo comprido e fino, que ela, para não arrastá-lo, segurava com a mão direita. Veluma gostou quando se sentou para comer e um rapaz pediu para tocá-lo. "Isso, pega no meu rabo, pega". Ah, o Carnaval.

Os salões estavam lotados e, no olhômetro, pelo menos 50% das mulheres usavam vestidos com cauda, muitas vezes longas, então era preciso andar devagar para não pisar na roupa de quem estivesse à sua frente, uma cena recorrente durante a noite.

Aconteceu com Roberta Close, em um longuíssimo dourado com paetês. "Ai!", assustou-se ao ter a ponta de seu vestido sob a sola de um sapato masculino, o que a fez frear bruscamente em sua caminhada pelo salão. Reverenciada por muita gente ali, Roberta dizia estar achando "maravilhoso" ver tantas pessoas trans no baile. "Pena que conheço poucas", lamentou, para em seguida mandar um beijinho no ar na direção do carnavalesco e comentarista de Carnaval Milton Cunha, que se servia de torta de pistache e gritou "Amada!" ao vê-la.

A grande atração da noite era a cantora Ludmilla, que começou seu show por volta das 2h30. Só havia um cercadinho vip no salão, à esquerda do palco, onde se instalou o governador do Rio, Claudio Castro, e sua entourage: a mulher, a publicitária Analine Castro, e mais umas dez pessoas.

Castro tinha à disposição o único (e cobiçadíssimo) sofá do ambiente, mas assistiu ao show de pé, impassível, com uma taça de espumante rosé nas mãos. À sua frente, Analine dançava um dos hits da funkeira: "Toma! Toma! Senta agora! Dá uma sentada!", enquanto o governador cochichava alguma coisa com um homem de terno.