Aviso
Este conteúdo é para maiores de 18 anos. Se tem menos de 18 anos, é inapropriado para você. Clique aqui para continuar.

Celebridades

Pessoas que acham que sabem tudo são chatérrimas, diz Vladimir Brichta

Um dos novos debatedores do Papo de Segunda, no GNT, ator, que também estará no remake de 'Renascer', afirma que a espontaneidade é seu ponto forte

Vladimir Brichta: 'Sou uma pessoa que tem uma enorme curiosidade sobre os assuntos' - @lovevbrichta no Instagram
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Vladimir Brichta passou dois anos fora de novelas e de produções em TV aberta (mais precisamente, desde "Quanto Mais Vida, Melhor", em 2021), mas isso não significa que o ator de 47 anos esteve parado durante este tempo. Longe disso.

De lá para cá, ele apenas diversificou seu cardápio, digamos assim. Protagonizou uma peça —"Tudo", do argentino Rafael Spregelburd, trabalho que marcou sua volta aos palcos depois de oito anos—; e gravou a primeira novela brasileira no streaming, "Pedaço de Mim", da Netflix, ao lado de Juliana Paes. A estreia está prevista para o início de 2024.

Além disso, Brichta acaba de estrear no admirável mundo dos programas ao vivo. Toda segunda-feira o ator, nascido em Minas Gerais e criado na Bahia, está no GNT opinando e dando pitacos no Papo de Segunda, ao lado de João Vicente de Castro, de Francisco Bosco e do produtor e empresário musical Kondzilla. "Sou um curioso e não tenho a menor pretensão de dar um depoimento definitivo sobre nada."

Sem contrato fixo com a Globo (o que lhe deu a liberdade de fazer a novela na Netflix), o artista estará de volta à emissora em breve: ele foi o escolhido para interpretar Egídio, antagonista do remake de "Renascer, um inescrupuloso vilão —há 30 anos ele se chamava Teodoro e foi vivido por Herson Capri. Animado com tantas novidades, Brichta conversou sobre esses e outros assuntos com o F5.

Você acaba de estrear no Papo de Segunda. Que assuntos mais te interessam?
Quando me convidaram, eu pensei imediatamente em qual seria a minha contribuição. Não sou um professor entendido sobre quase nenhum assunto. Sou uma pessoa que tem uma enorme curiosidade sobre tudo. Em geral, qualquer tema me interessa. Não tenho a pretensão de dar um depoimento definitivo sobre nada, só o meu ponto de vista mesmo.

Você não possui nenhuma rede social. Estar minimamente conectado não seria importante para o debate?
Eventualmente, as discussões são sobre temas que estão repercutindo nas redes sociais e eu fico menos inserido, mas também menos contaminado por essas informações. Tento me manter bem informado, me comunico razoavelmente bem, com humor e agilidade que a profissão demanda.

Pode ser um ponto positivo então?
Sim, porque eu posso contribuir dentro da dinâmica com o meu olhar curioso e cômico que tenho sobre os assuntos, sem necessariamente dizer algo definitivo e querer lacrar, como são as redes sociais.

Sente-se preparado para opinar sobre qualquer coisa?
Tem ocasiões em que não tenho opinião. Eu acho um ensinamento falar 'mesmo eu sendo convocado a opinar, não sou capaz de opinar sobre esse assunto'. Religiões, tem muitas que não faço ideia, a Guerra entre Israel e Hamas, por exemplo, eu não tenho conhecimento suficiente. Tomo cuidado para não ter opinião sobre tudo, as pessoas que acham que sabem tudo são chatérrimas, estou lá para não ser chato, esse é meu objetivo [risos].

Mas vocês têm um certo roteiro, conversam antes sobre o assunto, certo?
A gente sabe as pautas que vão vir e pode estudar um pouco mais daquele assunto. É um papo muito descontraído, parece quase um bate papo de amigos numa mesa de bar, mas não é. E ter essa consciência é muito importante.

Por quê?
Tem opiniões que posso falar com amigos que tenho que tomar determinados cuidados naquele ambiente público. Tem responsabilidade em estar falando na televisão. Eu recebo o tema e estudo, no mínimo tenho que saber. Até para não perder a minha espontaneidade, que eu tenho a impressão de ser um atrativo.

Se você fosse fazer uma avaliação sobre ser homem hoje em dia e há alguns anos, diria que mudou, de alguma forma?
Tenho certeza. Mesmo eu achando que, na época, eu tinha um comportamento progressista, se eu revisito um pensamento, eu falo 'Ih, cara, que bom que você evoluiu'. O aprendizado me interessa, e estamos em fase de discutir isso fortemente. No nosso caso, que o masculino é o dominante, temos que nos revisitar e questionar. Acho absolutamente válido e torço para que mais e mais se fale sobre isso. O homem na sociedade patriarcal, ele oprime. Não adianta as mulheres se reunirem e conversarem sobre isso, elas já estão cansadas. Quem precisa discutir e reavaliar são os homens. O programa traz isso de alguma forma.

O escritor e jornalista Xico Sá já admitiu em entrevista que, involuntariamente, teve atitudes típicas de um "esquerdomacho". Você já se sentiu assim?
Não. Acho impossível que qualquer namorada ou esposa que eu tenha tido venha dizer que eu sou uma pessoa abusiva, tenho certeza. Agora, se eu já tive posturas que já foram interpretadas dessa forma, não é impossível. Sou progressista nos costumes, liberal. Tenho muito orgulho, estou falando de uma forma elogiosa. Não me reconheço nesse lugar [de abusivo], agora claro, ao longo da minha história, eu posso ter tido o discurso, um gesto ou fala que pode ter sido ofensivo, como qualquer outra pessoa. Cometemos equívocos.

No início deste mês, começaram as gravações do remake de 'Renascer' e você vai ser o grande vilão. Em seu currículo constam mais papéis de bons moços. O que tem de diferente em dar vida à malvadeza?
A novela tem duas fases e eu começo na segunda. Tenho um certo encanto na profissão em fazer os mais diversos personagens, mas acho que cada vez mais esses arquétipos do mocinho e vilão, por exemplo, se confundem. Os equívocos dão mais humanidade aos personagens, isso é complexidade humana. Mas, claro, o público gosta de ver e ser contra. O coronel Egídio é um vilão. Não diria que as pessoas não vão gostar dele, as pessoas adoram odiar.

Que tipo de vilão?
Ele coloca as pessoas para trabalhar em um regime análogo à escravidão. Não pretendo defendê-lo em hipótese nenhuma. Esse personagem pode ser muitíssimo interessante, mas eu jamais vou negar que é um canalha. É um ser humano absolutamente execrável.

Que peso tem viver um personagem de uma história já conhecida pelo público e interpretado por outro ator (Herson Capri)?
É diferente, mas como ainda não comecei a gravar, não saquei. Mas mandei mensagem para o Herson, dizendo 'estou muito feliz que o personagem que você defendeu agora está comigo'. Quis receber a benção dele, e ele deu. É um cara muito querido e gentil.

Teme comparações?
Não, nenhuma, em trabalho nenhum. É a certeza do nosso trabalho, que é interpretar, e isso só pode ser feito de uma maneira personalística. O que eu fizer vai ser diferente, vai agradar a uns e não a outros, mas é o máximo que consegui fazer com o meu entendimento. Quanto mais limpo for isso, mais interessante vai ser.

Você também está em "Pedaço de Mim", ao lado de Juliana Paes e que é a primeira novela da Netflix. Seu personagem vive uma relação conturbada com a esposa, eles passam por uma separação. O que mais é possível falar sobre a trama?
Os spoilers são gravíssimos [risos]. Já gravamos, três meses e meio. É dividida em três fases e esse relacionamento tem muitos desdobramentos, que envolvem maternidade, escolhas, escolhas erradas. Mas não posso contar muito, tenho que tratar com um pouco mais de segredo, eles podem puxar minha orelha de um jeito que eu não gostaria.

Falta realizar alguma coisa?
Quero realizar muita coisa ainda. Tenho vontade de estar no palco com maior frequência, voltar a trabalhar com amigos queridos e ter mais encontros com quem eu divido a minha vida. E quero fazer papéis que sejam correlatos com a minha idade, quero envelhecer junto com meus personagens.

Final do conteúdo
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Ver todos os comentários Comentar esta reportagem