Entidade LGBTQIA+ abre ação no MP contra sertanejo Bruno por falas supostamente transfóbicas
Associação dos LGBTI+ fez pedido para investigar artista após entrevista à repórter Lisa Gomes
A Associação dos LGBTI+ entrou com um pedido de ação contra o sertanejo Bruno, da dupla com Marrone, no Ministério Público de São Paulo. A solicitação é motivada pelas falas do artista em entrevista à repórter transexual Lisa Gomes, no dia 12 de maio. A informação foi confirmada pelo advogado da entidade e pelo MP ao F5.
"O MPSP recebeu uma representação nesta segunda-feira (29). O Grupo Especial de Combate aos Crimes Raciais e de Intolerância (GECRADI) vai apurar os fatos, ainda não há denúncia", informa o MP, em nota oficial.
O advogado especialista em direito penal Ângelo Carbone, que representa a associação, indica que o sertanejo cometeu um crime de ódio por motivações transfóbicas, conforme o pedido disponibilizado ao F5. "Os efeitos deletérios do crime de ódio por transfobia praticado pelo cantor Bruno reforçam o sistema de discriminação que as mulheres travestis e as mulheres transgêneros sofrem diariamente, excluindo-as socialmente de seu gênero identitário e obstando assim a realizações de seus direitos humanos de felicidade, aceitação e realização social e profissional", reforça o documento.
Procurada pelo F5, Lisa comenta que os ataques de ódio têm piorado nos últimos dias. "Tem muitos fãs malucos que ainda me culpam pelo o que o Bruno fez. Eu fui vítima de tudo isso, fui trabalhar e saí de lá com um problema psicológico", diz ela, à reportagem.
Bruno também foi procurado e não retornou ao pedido de posicionamento.
No dia 12 de maio, Lisa entrevistou o cantor para o programa TV Fama, da Rede TV!. Ele perguntou, sem rodeios: "Você tem pau?". A repórter, que é transexual, fechou a cara, mas continuou a entrevista.
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