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Celebridades

Ativistas criticam George Clooney por alerta dado a países asiáticos que estudam criar lei anti-gay

Ator liderou boicote a nove hotéis de Brunei devido a legislação local

George Clooney
George Clooney - Tiziana Fabi/ AFP
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Michael Taylor
Kuala Lumpur
Reuters

Ativistas LGBT+ criticaram o ator George Clooney, 58, nesta terça-feira (14), após ele classificar um boicote a hotéis luxuosos de Brunei como “um tiro de advertência” para Indonésia e Malásia, caso os países considerem adotar uma legislação anti-homossexuais semelhante.

No fim de março, Clooney liderou pedidos de boicote a nove hotéis sob propriedade do governo de Brunei devido a planos do país de punir relações sexuais homoafetivas ou adultério com pena de morte —inclusive por apedrejamento— ao adotar novas leis islâmicas.

Em resposta a protestos globais, o sultão do país, que é rico em petróleo, descartou a imposição da pena de morte na semana passada.

Durante uma participação no programa Ellen, o ator de “Doze Homens e Um Segredo” (2004) falou sobre o boicote e a subsequente pressão econômica após o anúncio das novas leis e a reviravolta.

“Ainda não está consertado, mas é um grande passo à frente após esse gigante recuar”, disse Clooney na sexta-feira (10) à apresentadora Ellen DeGeneres, que também apoiou publicamente o boicote.

“Isso envia um tiro de advertência a países como Indonésia e Malásia —que também estão considerando essas leis— de que os empresários, os grandes bancos, esses caras vão dizer ‘nem entrem nesse empreendimento’”.

No entanto, os comentários de Clooney despertaram reações online, à medida que críticos e ativistas LGBT+ regionais apontaram grandes diferenças entre Brunei e seus vizinhos islâmicos.

“Eu convido George Clooney e Hollywood a ouvirem e trabalharem em campo com ativistas locais e defensores dos direitos humanos”, disse Numan Afifi, presidente da iniciativa defensora dos LGBT+ Pelangi Campaign, à Fundação Thomson Reuters.

“Ativistas locais têm arriscado suas vidas em trabalho de campo há anos”, disse Afifi. “A declaração dele, ainda que bem-intencionada, também pode ser contraproducente para nosso caso”.

Representantes de Clooney não responderam de imediato a pedidos por comentários via e-mail.

Atitudes socialmente conservadoras prevalecem na Ásia, onde Myanmar, Malásia e Cingapura baniram relações homoafetivas entre homens e a Indonésia —o maior país de maioria muçulmana do mundo— tem presenciado um aumento nos ataques a membros da comunidade LGBT+ recentemente.

Dede Oetomo, um dos ativistas LGBT+ de maior destaque na Indonésia e fundador do grupo GAYa NUSANTARA, também questionou os comentários de Clooney.

“A Malásia e a Indonésia são países maiores e têm alguns processos democráticos que, apesar de imperfeitos, funcionam”, disse Oetomo. “Pressão interna é mais possível em ambos os países, embora seja frustrantemente lenta e demorada”.

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