Celebridades

Thammy afirma que não é obrigada a aderir ato contra Bolsonaro: 'Já sou uma bandeira ambulante'

Para Luis Lobianco, artistas devem ter cuidado ao desafiarem colegas

A ex-dançarina e agora coach Thammy Miranda
A ex-dançarina e agora coach Thammy Miranda - Reprodução/Instagram/thammymiranda
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Cris Veronez
Rio de Janeiro

A campanha #EleNão, contra o candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL), que se espalha pelas redes sociais dos famosos –inclusive internacionais, como Madonna, Cher e Dua Lipa– chega neste sábado (29) às ruas em várias cidades do Brasil. Entre os artistas, há quem defenda veemente que todos se posicionem. Há também aqueles que não fazem questão. 

Anitta, por exemplo, foi pressionada por internautas a aderir ao movimento e recebeu o desafio da campanha #EleNão de Daniela Mercury, 53. A funkeira de 25 anos, que até então não queria se envolver com política, fez um vídeo declarando publicamente que não apoia o referido candidato.

Thammy Miranda, 36, expoente da causa LGBT, diz que se fosse Anitta não aceitaria o desafio. "Ela falou que não queria se posicionar, e ela não é obrigada. Pronto e acabou. Comigo não cola esse negócio de imposição. Se me impuserem, não vou fazer. Ela já levanta a bandeira LGBT, em cima do palco. Não tem que cobrar nada dela. Cada um que cuide da sua vida. Também não preciso levantar bandeira nenhuma. É só eu levantar da cama e sair de casa. Já sou uma bandeira ambulante", afirmou a filha de Gretchen.

Luis Lobianco, 36, que está no ar na novela "Segundo Sol" (Globo) como Clóvis, usou suas redes sociais para apoiar a hashtag #EleNão. O ator afirma que está feliz em aderir à campanha e diz que a considera um movimento de mudança para o país. Para Lobianco, a democracia não é algo fácil e Bolsonaro representa uma ameaça a ela.

"O que ele propõe não está dentro de um debate democrático e quem vê isso está preocupado e quer se manifestar. E não só a classe artística, mas todas as outras. Todos têm que se envolver porque não é só a misoginia, o machismo, a homofobia, que são muito graves. O fato é ele ser uma pessoa totalmente despreparada para lidar com um país tão complexo, com problemas tão graves. Ele não tem nenhum programa de governo consistente. Isso é muito sério. Acho que a campanha continua e que a gente vai conseguir reverter isso", afirma Lobianco.

O ator, no entanto, faz uma ponderação. Diz que é preciso que os artistas sejam cuidadosos ao desafiarem os colegas de profissão, visto que opinião política é algo pessoal e que muitas pessoas não se sentem à vontade para se posicionarem publicamente.

"Tem gente que não quer se envolver, até porque às vezes não tem muito conhecimento, não se sente à vontade ou preparado para falar sobre aquilo. Não podemos cair no mesmo erro de querer combater o ódio também com uma postura ameaçadora. Os artistas que se envolvem com o público LGBT, participam da Parada, que têm um discurso muito claro voltado para a tolerância e tudo mais, acho que eles têm que se apresentar nessas horas também."

Lobianco ressalta ainda que não deve haver ódio, opressão ou intimidação, pois isso não combina com o movimento LGBT, que é de inclusão.

A cantora Joelma, 44, é um exemplo de artista que prefere se abster publicamente. "Acho que cada um tem que se expor da maneira que gosta. Estamos em um país livre. As pessoas devem fazer o que está dentro de si. Se elas se sentem bem fazendo isso, ótimo e maravilhoso. Eu nunca gostei de me meter em política. Respeito quem levanta bandeira, acho que está certo. Todos temos que nos amar."

Caetano Veloso, 76, que apoia publicamente o presidenciável Ciro Gomes (PDT), faz coro à ex-vocalista da banda Calypso. Ele diz também que não considera o desafio com a hashtag #EleNão uma forma de intimidação. "Cada um faz o que quer. Quem quiser se manifestar sobre o que quer que seja, se manifeste. Tem que ser assim. Não acho que seja patrulhamento."

A sertaneja Naiara Azevedo, 28, é objetiva quando questionada sobre a sua opinião sobre a campanha. "Eu não fui desafiada e acho que se eu fosse também não falaria nada. O voto é secreto, não é mesmo? Então o meu voto eu decido na urna."

Para Zezé di Camargo, os artistas não devem tentar influenciar politicamente seu público. "Acho ótimo que eles manifestem suas posições como cidadãos, mas não usar aquilo como influência política sobre pessoas. É claro que falar de um amigo político que você gosta, tudo bem. Acho que não tem que ter partido hoje. A bandeira do Brasil tem que ser verde e amarela e pronto."

Nego do Borel, 26, diz que o que importa é cobrar serviço dos candidatos que forem eleitos em todas as esferas. "O que eu quero é um país melhor, é um projeto para a minha comunidade, Morro do Borel. Lá está tudo muito complicado. [...] Eu sou um cara que influencia muito. Vivo na comunidade, sei a situação difícil e precária que minha comunidade vive hoje. Não é questão de posicionamento. Quero cobrar um projeto para a minha comunidade. Escolinha de futebol, por exemplo, que está precisando…"

Bolsonaro, que deixou o hospital Albert Einstein, em São Paulo, neste sábado (29), lidera a corrida presidencial. De acordo com a pesquisa Datafolha, Bolsonaro tem 28% das intenções de voto, seguido pelo petista Fernando Haddad, com 22%.

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