Renato Kramer

Lançando livro sobre amigos mortos, Boni diz que escreveu 'sem pieguice'

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"É difícil de apresentá-lo, porque é um homem de televisão mas é um renascentista, ele sabe de tudo! Boni, venha pra cá!", foi como Jô Soares apresentou José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, no "Programa do Jô" (Globo) da última sexta-feira (11).

Boni foi falar do seu mais recente trabalho, o livro "Unidos do Outro Mundo - Dialogando com os Mortos" (Ed. Sextante/ Rara). "Tenho a impressão de que tem coisas aqui que foram adicionadas quase antes de editar o livro, não?", comentou o apresentador. "Foram", confirmou Boni, "o livro foi atualizado. Eu estava esperando que não morresse mais ninguém para o livro sair, senão eu estaria mexendo no livro sempre!", retrucou o grande mentor da Vênus Platinada (Globo).

"É uma coisa curiosa que eu nunca tinha notado: tem morrido muito mais gente, quando a gente chega na nossa idade. Tá morrendo muita gente!", comenta Jô. "A gente fica mais próximo desse que estão indo embora, né?", replica Boni.

Crédito: Moacyr Lopes Junior/Folhapress O empresário Boni, em sua casa
O empresário Boni, em sua casa

A ideia do livro nasceu no carnaval passado, quando Boni percebeu que daria um bom samba uma escola formada por celebridades já falecidas: "Dava uma escola de samba dos mil mortos", comentou Boni, que deu início ao trabalho. Mas não foi muito adiante até que o seu amigo Ricardo Amaral lhe cobrou a obra e em três meses o livro estava pronto.

Em sua primeira obra de ficção, Boni simula a sua própria morte para ir de encontro a velhos conhecidos e botar as coisas em pratos limpos. Surgem então figuras importantes como Roberto Marinho, Dercy Gonçalves, Chico Anysio, Tim Maia, Walter Clark, Mièle, Tom Jobim e Chacrinha, entre outros.

Bem humorado, o "ex- todo poderoso" da Globo fez piada quando o apresentador elogiou a hipersensibilidade do seu ouvido para a música. "Antigamente eu tinha um ouvido que afinava em 'comas', hoje o meu ouvido só se afina em 'bebes'!". E aproveitou o embalo para emendar outra: "Meu ouvido é tão ruim hoje que quando cai uma bandeja eu levanto pra dançar pensando que é orquestra".

De presente para o apresentador, o grande homem de televisão brasileira leva para o amigo um garrafão de vinho marca "Sangue de Boni". "A primeira recomendação que a gente faz para as pessoas no rótulo é: não beba esse vinho!", se diverte Boni.

"O livro foi escrito exatamente pra matar as saudades dos amigos que se foram, sem nenhum traço de pieguice, mas com toda a sinceridade", afirma José Bonifácio de Oliveira Sobrinho.

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"

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