Renato Kramer

'Canal Livre' debate qualidade de vida e busca desenfreada pelo corpo perfeito

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"As pessoas ficam muito perdidas", afirmou o apresentador Fabio Pannunzio em relação a como conquistar a "qualidade de vida ideal", tema do "Canal Livre" (Band) no domingo (4).

E argumentou: "Ora está na moda comer gordura, ora falam que a gordura é um veneno, como é que o cidadão se orienta para que ele possa ter uma saúde boa e ficar tranquilo, sem angústia?".

A pergunta fora feita diretamente para os convidados: o cardiologista Carlos Alberto Pastore e a especialista em nutrição humana Claudia Cézar. "Precisa identificar a pirâmide dos alimentos e a base do que é necessário para o dia a dia", respondeu a dra. Claudia. E deu um exemplo: "Os carboidratos, que são tão discriminados, fazem parte da base. O que é necessário para o esforço físico quando a gente vai para a prática, são os carboidratos, são eles que estão na circulação do sangue".

"A doença das gorduras nas artérias fez com que substituíssemos a gordura pelo carboidrato. E esse caminho do carboidrato deu no que deu, um mundo obeso. Agora então o carboidrato virou um "veneno", e o carboidrato não é um veneno. A gente tem é que proporcionar para o organismo a quantidade necessária de proteína, de gordura e de carboidrato, esse é o truque", acrescentou Pastore.

Crédito: Reprodução/Band Fabio Pannunzio comanda o "Canal Livre", na Band
Fabio Pannunzio comanda o "Canal Livre", na Band

O jornalista Fernando Mitre questiona então sobre a importância do exercício físico. "Eu queria saber qual é o padrão médio para uma pessoa média —como é que a gente tem que fazer para ter uma vida normal com um sistema cardiovascular saudável". Pastore simplificou: "Eu diria que o exercício é fundamental: comer bem e fazer exercício. Mas o exercício não precisa ser esse da academia".

"Você pode andar, dependendo da idade, você pode até fazer uma esteira, você pode ter um exercício regular. Essa busca de um corpo sarado tem um custo corporal de doença muito grande, e as pessoas ainda não perceberam. Quando percebem, já se criou alguma coisa mais grave. Mas o exercício bem dosado faz muito bem", concluiu o doutor.

A dra. Claudia sugere para um adulto, acima de 35, 40 anos, sedentário: "Pode começar andando 20 minutos, três vezes por semana. Descansa três dias e pode aproveitar o outro para aprender uma modalidade esportiva, dança de salão ou até mesmo patinação". Mas cada caso é um caso, ressalta.

"Existe uma obsessão, quase uma dependência do culto do corpo, como Madonna, Demi Moore, mulheres que vão ficando musculosas demais e vão motivando uma horda de outras aí. Isto não tem um custo? Não vem depois uma conta para essas pessoas?", colocou Mitre. "Tem um custo porque o corpo feminino não é igual ao que elas apresentam", responde Cézar. "Esse corpo feminino com uma característica mais masculina tem alguma substância por trás para diminuir tanto a gordura corporal feminina", completa.

"Quer dizer: uma mulher marombada é uma mulher que está tomando bomba?", quis saber objetivamente Pannunzio. "Certamente", respondeu Claudia.

"No fundo todo esse metabolismo renal, fígado, rins, isso tem um preço, e caro: em homens até a impotência, mulheres com alteração de libido. Tem um preço muito caro isso, mas todo o mundo troca isso por aparência", afirma o dr. Carlos Alberto.

"O sedentarismo vai diminuir massa muscular, vai fragilizar tendões e ligamentos e vai deixar o coração mais fraco", avisa a doutora. "Você pode mesclar uma esteira de 30 minutos uma atividade como pilates, na qual possa mexer com articulações e tendões, essa soma você pode fazer", complementa Pastore. "Pode e precisa", assegura Cézar.

Isso e muito mais foi debatido sobre a tão almejada "qualidade de vida" no "Canal Livre" deste domingo. Informação de renomados especialistas em assunto de grande utilidade pública.

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"

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