Renato Kramer

Minha próxima novela vai demorar tanto que nem sei se estarei viva, diz Susana Vieira

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A atriz Susana Vieira, 71, marcou presença entre os convidados do "Altas Horas" (Globo) de sábado (5).

"Susana Vieira que na verdade é Sônia, não é?", perguntou Serginho Groisman, 64, logo de início.

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Nem sei se estarei viva para a próxima novela, diz Susana Vieira

Para esclarecer a história dessa troca de nomes, a atriz fez um breve discurso. "Em 1960 eu estava estreando na TV Tupi, você deve lembrar [referindo-se ao apresentador], mas essa criançada [plateia] não deve ter ideia do que vem a ser TV Tupi! A TV Tupi foi a nossa escola", explicou a atriz.

"Então o Cassiano Gabus Mendes [dramaturgo já falecido] achou melhor mudar porque já tinha uma Sônia na novela. No elenco só tinha três artistas, porque não podia trabalhar na televisão naquela época, porque a família não gostava. Porque era um ambiente podre!", esclareceu Vieira.

"Hoje em dia eles continuam falando a mesma coisa da gente, mas...", e volta ao assunto troca de nome: "Aí ele [Cassiano] falou que tinha essa tal Sônia Maria com 16 anos e eu tinha também 16, 17 anos. Então ele me perguntou como é que eu gostaria de me chamar, para não ter duas Sônias na mesma novela."

"A minha irmã se chamava 'Sussana', já que ela nasceu em Buenos Aires. Aí eu falei que adorava o nome da minha irmã e ficou 'Sussana' —mas a Globo bota com 'z' porque em português é Suzana", argumenta a ex-mami poderosa do Félix. "Mas eu assino Susana porque eu peguei o nome dela [irmã]. Ela ficou muito brava!", confessou Sônia Maria.

"Eu só me lembro que sou Sônia na hora do cheque. E a pessoa já nem estranha, porque eu assino Sônia Maria e a pessoa nem vê, fica olhando para mim!", declara a atriz sem falsa modéstia.


Mais tarde o apresentador chamou no telão duas cenas de novelas que marcaram a longa carreira de Susana Vieira. "Eu comecei em 1960 —são 54 anos de carreira... eu tenho 55 de idade, eu não estou entendendo!?", brincou a atriz. "Acho que eu fiz um bebezinho na primeira novela!"

A primeira cena mostrada é da novela "O Espigão" (1974), na qual ela contracena com o ator Mauro Mendonça. Na segunda, Giovanni (José Wilker) pede Maria do Carmo (Susana Vieira) em casamento na cama e ela explode de alegria: "Senhora do Destino" (2004). Ao voltar para o estúdio, Susana desata a chorar e exclama baixinho: "Ai, que castigo!". E esconde o rosto com as mãos.

Ao se recuperar ela explica que na novela de Dias Gomes ("O Espigão") nem tinha papel para ela, mas que ela lhe pediu pelo amor de Deus um trabalho, pois estava separada e com um filho para criar. "Só tem uma mulher solteirona, entre 30 e 40 anos, feia, que nunca transou na vida, usa coque e anda desarrumada", informou-lhe o autor. "Eu estava tão desesperada que falei na hora: 'Eu faço!'". A atriz recebeu naquele ano o Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte como melhor atriz por esse papel.

"Muito obrigada por ter colocado o Wilker, porque eu nunca mais vou contracenar com o Zé Wilker", disse a atriz com a voz embargada. "Ele me ensinou uma coisa fantástica: que você pode ser muito alegre, feliz e brincalhão fazendo novela dramática, teatro sério. Que você tem que brincar o tempo todo. Zé Wilker foi o melhor companheiro que eu tive na vida, o melhor marido que eu tive na televisão, o melhor amigo que eu tive...", confidenciou Vieira.

E acrescentou: "Então a gente sempre levou na brincadeira gravar novela. Por isso que eu sou feliz até hoje. Tenho o maior orgulho de fazer novela, tenho fome de fazer novela. Graças ao Zé Wilker, que me ensinou assim: 'Entre na TV Globo e divirta-se!'. Obrigada, Zé! Obrigada, Serginho, por ter colocado essa cena com ele!".

"Susana Vieira, você já tem uma novela engatilhada aqui na Globo?", quis saber Serginho Groisman. "Ih, meu filho, vai demorar tanto que eu não sei nem se vou estar viva até lá!", retrucou a atriz que roubou o nome da irmã.

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"

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