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Carrefour quer colocar anúncios em TVs para explicar boicote à carne

Grupo de supermercados deseja veicular, ainda nesta semana, um comercial sobre a situação em programas de grande audiência

Carrefour procura Globo e outras TVs para negociar campanha que explica boicote da carne
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Aracaju

O Grupo Carrefour procurou nesta segunda-feira (25) áreas comerciais das maiores emissoras de TV, como Globo, Record e Band, para negociar uma campanha de exibição na TV que visa explicar ao público a falta de carnes em seus supermercados brasileiros.

Segundo apurou a coluna, o objetivo é que a campanha vá ao ar ainda nesta semana. O Carrefour pretende afirmar que segue confiando no mercado e nos produtores brasileiros, e que deseja alcançar um diálogo.

O plano do Carrefour é pagar pelo chamado "golden break", um intervalo com apenas o comercial de uma marca em programas jornalísticos. Para algo do tipo no Jornal Nacional, por exemplo, a Globo cobra em torno de R$ 1,9 milhão.

O caso explodiu na semana passada. O presidente mundial do Carrefour Alexandre Bompard anunciou a suspensão da compra de carne de países do Mercosul, incluindo o Brasil, por suposta motivação sanitária e ambiental.

"Em nenhum momento ela se refere à qualidade do produto do Mercosul, mas somente a uma demanda do setor agrícola francês, atualmente em um contexto de crise. Todos os outros países onde o Grupo Carrefour opera, incluindo Brasil e Argentina, continuam a operar sem qualquer alteração e podem continuar adquirindo carne do Mercosul. Nos outros países, onde há o modelo de franquia, também não há mudanças", comentou em nota o Carrefour França.

Como forma de resposta, grandes frigoríficos do Brasil decidiram parar de vender carne para a operação brasileira do Carrefour. Isto inclui empresas como JBS e Masterboi, dois dos maiores do Brasil.

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, diz que a decisão de boicotar as vendas tem apoio de todo o setor, inclusive de indústrias de frango, que pretendem também não fazer mais negócios com o supermercado.

"A reação dos frigoríficos tem nosso apoio. Se o Brasil não serve para colocar a carne brasileira colocar na gôndola do Carrefour na França, não serve para colocar na gôndola do Carrefour no Brasil", comentou. Ao governo, o Carrefour Brasil diz que foi pego de surpresa com a fala da matriz.

Procurado pela coluna para falar sobre as negociações com emissoras nesta segunda (25), o Carrefour Brasil diz que a informação não procede.

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Cobre diariamente os bastidores das novelas, do telejornalismo e da mídia esportiva. Tem como titular o jornalista Gabriel Vaquer

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