Paulo Vilhena fecha com chave de ouro a sua participação em 'A Teia'
A série policial "A Teia" (Globo) apresentou o seu último capítulo na noite desta terça-feira (1º), mantendo o mesmo clima cinematográfico em que começou.
O destaque ficou por conta das interpretações quase em "close" dos rivais: o delegado Jorge Macedo (João Miguel) e o bandido Baroni (Paulo Vilhena).
No diálogo que ocorreu no avião entre os dois, logo após a captura grandiloquente de Baroni, Paulo Vilhena, que já vinha fazendo um ótimo trabalho, fechou a sua participação com chave de ouro.
Maduro, tranquilo, com as intenções impressas no seu olhar por quem a câmera parece apaixonada, Vilhena conseguiu belas nuances. Momentos de ironia branda, como quando sugere um "acerto justo" para o delegado, já que tem certeza sairá da prisão muito rapidamente: "ou pela porta da frente ou pela porta de trás", avisa ele. Até a dor intensa ao relembrar a morte de seu pai (Sérgio Mastropasqua) na sua frente, quando tinha apenas oito anos de idade.
Para piorar a tragédia, fora a sua própria mãe (Gisele Fróes) quem matara o seu pai, e para piorar a sua culpa, ela o fez para defendê-lo de uma surra descabida que o pai lhe impunha para que não crescesse "mimado e irresponsável". Cenas fortes e decisivas as do embate final, nas quais o ator João Miguel teve participação essencial.
Missão cumprida, o delegado Macedo recebe um convite irrecusável para trabalhar em Brasília. Ele fica em dúvida. A sua mulher não gosta muito da ideia. Ele não consegue dar a resposta quando o Superintendente da Polícia Federal em Brasília, Eudes Andrade (Luciano Chirolli, em excelente atuação) lhe cobra a sua decisão por telefone.
Enquanto isso, todas as personagens da trama são mostradas em seus diferentes caminhos, e Marco Aurélio Baroni, o Marquinhos, sofre as agruras de um complexo prisional sem nenhuma estrutura. Bem antes de conseguir sair pela porta da frente ou mesmo pela de trás, como prometera.
"A Teia", com o roteiro dos craques Carolina Kotscho e Bráulio Mantovani e a direção sensível e precisa de Pedro Vasconcelos e Rogério Gomes, com a colaboração de um elenco primoroso, e o capricho da irada trilha sonora, foi mais um belo trabalho da teledramaturgia brasileira, que cresce cada vez mais em forma de excelentes seriados.
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