No capítulo desta sexta-feira (21) de "Em Família" (Globo), a grande fotógrafa Marina (Tainá Müller) resolveu abrir o jogo de uma vez por todas com a sua amada Clara (Giovanna Antonelli).

"A gente é como água e azeite",argumentou Marina emocionada. Clara levou um susto, pois até então o "caso" das duas pairava em banho maria. "Eu não consigo conviver com a presença da ausência do seu amor!", soltou a fotógrafa num desabafo.

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Clara levou um tranco. "Você tá falando de amor?!", questionou a esposa e dona de casa se sentindo entre a cruz e a espada. Mas Marina não se conteve mais: "Claro que eu tô falando de amor! E por uma questão de sobrevivência, é melhor a gente se afastar", acrescentou com dificuldade. "E é por uma questão de sobrevivência minha que eu tô te demitindo do meu coração", conclui Marina desabando num choro compulsivo. Clara chora baixinho.

Bela cena, bela interpretação das duas atrizes. Valeu o capítulo.

Mas "Em Família" contou ainda com fortes emoções. Felipe (Thiago Mendonça) é levado para a sua primeira reunião dos Alcoólicos Anônimos pela mão de Luiza (Bruna Marquezine). Em meio aos depoimentos dos colegas, o médico não suporta a pressão e sai correndo, prometendo voltar um outro dia. Luiza o compreende e combina de voltar com ele. Cena delicada, bem realizada pelos jovens atores.

Nada delicada foi a resolução impetuosa da malvada Shirley (Vivianne Pasmanter) de ir para Goiânia ao saber que o "homem da sua vida" estaria lá a negócios. Lá se foi a poderosa, e surpreendeu-o com uma bela garrafa de champanhe. Antes, vendou os seus olhos com suas mãos para que Laerte (Gabriel Braga Nunes) adivinhasse quem era. "Mãe?", perguntou Laerte. "Não a sua, a mãe do seu filho, serve?", retrucou Shirley que não dá ponto sem nó e o arrasta para uma balada.

Enquanto isso, nasce uma pontinha de ciúmes na inquieta Helena (Julia Lemmertz). Ela liga para o marido Virgílio (Humberto Martins) que não a atende. Um conhecido em comum atende o celular de Virgílio e lhe informa que ele fora cavalgar com Ana (Claudia Mauro), depois de uma noitada longa. Helena amarga um 'ciuminho' incômodo.

Mal sabe ela que se sentirá ainda pior quando ver as fotos que um paparazzo fez flagrando a intrépida Shirley roubando um beijo cinematográfico de Laerte na pista, depois de muitas taças de champanhe. Noblesse oblige!

Resta saber se Clara deixará barato esse pedido de afastamento da sua envolvente patroa Marina. Muito provavelmente o frágil estado de saúde de Cadu (Reynaldo Gianechinni) coopere para que isso aconteça. Mas é muito improvável que o desfecho do casal "lesbian chic" da novela termine assim, sem ter nem começado direito.

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"