Renato Kramer

Público deixa o meninão e tira a megera do 'BBB14'

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Para a atriz gaúcha Aline, pior do que saber que fora eliminada do "BBB14" (Globo) com 80% dos votos, foi receber a notícia de que o seu antigo desafeto, a mineira Letícia, teve um índice muito menor de rejeição.

Mas tanto quanto a advogada Ângela — ex-futura-ficante do meninão Marcelo, adversário de Aline no paredão desta terça-feira (11), todos tinham certeza de que era a gaúcha quem deixaria o jogo.

A sua mãe Ledi, que esteve frente às câmeras por muito menos tempo, conseguiu cativar as colegas e o público de um jeito que Aline não conseguiu. Muitos a condenaram por acharem que ela estava atuando o tempo todo. Não foi bem assim. Talvez se ela atuasse, até tivesse dado um outro rumo para a sua trajetória.

Mas foi exatamente o seu jeito exageradamente "gaudério" de ser e a sua insistente postura de dizer tudo o que acha assim "na lata", que podem sem dúvida ter pesado na opinião do público.

Quanto à questão do "atuar", o apresentador Pedro Bial levantou a lebre quanto à participação de cada candidato do programa, apontando as características básicas de cada um e questionando se também eles então não estariam "atuando".

Quem se deu conta na hora de que Bial estava se referindo a ela foi a ex-Miss Cianorte. "Fazer a loira-burra também não é atuar?", questionou Bial entre outras opções. Tatiele Poliana arregalou os olhos na hora e engoliu em seco, com o olhar de quem diz: "Sobrou pra mim!".


Mas a argumentação de Pedro Bial em relação a eventual atuação de todos, em defesa de Aline, foi tardia. Sabe-se que ela andou tropeçando feio ao tecer um comentário leviano que envolvia um dos momentos mais tristes da nossa história recente: a tragédia da boate Kiss, em Santa Maria (RS). E, para piorar, foi arranjar briga feia logo com o queridinho do "BBB14": o bom menino Marcelo.

O BBB Marcelo ("Beautiful Banana Boy") é emotivo, desajeitado com as mulheres, sensível, fofo e, com o seu delicioso sotaque paranaense, se queixa de estar "carênte". Tem quase dois metros, mas é um meninão. Ao ouvir a voz de sua mãe no primeiro dia do "Big Mother", chorou feito criança.

Como se pode perceber, Aline não tinha mesmo chance: o de ontem era o paredão da "megera" contra o "meninão". Por hora o público escolheu ele. Agora é ficar só observando. Teve um candidato assim em outra edição que, bobo, bobo, acabou vencendo.

Quanto à preocupação de Aline sobre futuros trabalhos, ela que já afirmou vai fazer terapia, mudar o cabelo, fazer uma plástica e até ampliar as sua opções sexuais, acho que ela deve relaxar, refletir e dar tempo ao tempo. O povo tem memória curta. É só dar uma olhada em nossa política.

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"

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