Renato Kramer

Resgate do amor entre pai e filho valoriza final de 'Amor à Vida'

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Aleluia! Finalmente rolou o tão esperado beijo gay entre Félix (Mateus Solano) e Niko (Thiago Fragoso) —e aconteceu de forma suave e fluente no último capítulo de "Amor à Vida" (Globo) nesta sexta-feira (31).

Muitos ainda reclamaram que o beijo em si foi muito modesto. Melhor assim. Se fosse algo muito caliente talvez perdesse a naturalidade e o próprio objetivo de reafirmar o quanto o relacionamento gay pode ser absolutamente "normal".

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Houve casamentos em excesso no último capítulo, como se o desenlace de todas as relações afetivas tivessem ainda necessariamente esse fim. Enfim, era final de novela.

Os "mocinhos" se deram bem, os "bandidos" ou se regeneraram, como o próprio Félix, ou terminaram na cadeia, como Ninho (Juliano Cazarré) —que ainda fez uma reflexão de que merecera o seu destino por ter sido um menino mau. Ou pior, morreram de forma trágica, como as pérfidas Glauce (Leona Cavalli), Leila (Fernanda Machado) e, ontem, a vingativa Aline (Vanessa Giácomo)— que esteve ótima em todo o desenrolar da trama.

A autista virou artista. A gordinha encontrou quem a amasse mesmo assim. Até o impossível Jonathan (Thalles Cabral) se arranjou! Mesmo os casais swingueiros acabaram por assentar a poeira e, trocados, foram felizes para sempre.

Ficção é ficção. E tem aquela máxima do Evangelho que diz: "Tudo é possível àquele que crê".

Mas o que de melhor aconteceu no final de "Amor à Vida" foi mesmo a última cena.

Félix leva o doutor César (Antonio Fagundes) para tomar sol na beira da praia. Sentados lado a lado, com muita dificuldade, um declara amar ao outro. E, para fortalecer ainda mais a cena e selar esse reencontro de pai e filho, César procura a mão de Félix e a segura com vigor. Um silêncio pleno de emoção se estabelece.

Não seria exagero dizer que pela fotografia, pelo fundo musical, pelo sensível diálogo e, especialmente, pela interpretação magistral dos atores Mateus Solano e Antonio Fagundes, essa cena valeu a novela.

Decididamente foi um bonito exemplo de "Amor à Vida".


Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"

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