Renato Kramer

Pelo menos o vilão de "Amor à Vida" pode ser politicamente incorreto

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Já que o "vilão" existe mesmo para ser odiado, pelo menos ele pode dizer o que bem entende!

No capítulo desta segunda-feira (3) de "Amor à Vida" (Globo), Félix (Mateus Solano) conseguiu chamar a enfermeira Ciça (Neusa Maria Faro) de gorda, feia e pobre --numa tacada só!

Gorda porque, segundo o malvado, ela não sai do refeitório --por isso não teria visto Atílio (Luís Mello) fugir do hospital. Feia foi com uma ironia dirigida a ela, quando Félix reclamou que só faltava quererem convencê-lo de que Ciça era uma Miss Universo. E pobre porque a generosa enfermeira declarou-se mais preocupada com a amizade do que com o dinheiro.

"E eu estou quietinha aqui no meu canto", defendeu-se Ciça, vivida pela talentosa e experiente Faro.

Mas nem tudo são flores para o carismático vilão. Ele corre risco iminente de ser descoberto. O seu pai, o severo Dr. César (Antônio Fagundes), anda seriamente desconfiado dele. Mas o vilão não recua e pede ao motorista e comparsa Maciel (Kiko Pissolato) para encontrar Atílio sem falta e jogá-lo no rio Tietê!

Se a canção "Perigosa" (Zé Ricardo) não tivesse sido utilizada recentemente para a personagem Carolina (Bianca Bin) no remake de "Guerra dos Sexos", poderia muito adequadamente servir para Félix: "perigosa!!!"


Atílio vai parar no meio de um grupo de moradores de rua que o acolhem, mas logo resolvem assaltá-lo, confundindo-o com outra pessoa. Ele sai faminto pelas ruas até que para exatamente na perua de cachorro-quente de Márcia (Elizabeth Savalla), que se apieda do estado do homem e lhe oferece comida.

O "rapa" aparece e, inadvertidamente, Atílio foge junto com Márcia e vai parar em sua casa. Coisas da ficção.

A ex-chacrete está uma arara com a filha Valdirene (Tatá Werneck), que mais uma vez falha em sua missão de caçar um homem rico. Desta feita foi Vitor Belfort que jogou uma ducha de água fria em seus planos.

"O tempo vai passar para você como passou para mim!", avisa-lhe Márcia. "Porque eu fui Tetê Para-Choque e Para-Lama! Mas agora a lataria enferrujou!", confidencia a ex-dançarina. Mas a filha se revolta e lhe joga na cara: "a culpa é sua que me botou esse nome de pobre, Valdirene!". Val Marchiori ("Mulheres Ricas") não deve ter ficado muito feliz ao ouvir tal heresia.

"Eu preferia ser Samantha, Rogéria", continuou Valdirene magoada. "Eu te coloquei o nome da minha mãe", queixa-se Márcia, "você sabia que Rogéria é nome de travesti?!?", argumenta a mãe ofendida.

Pilar (Susana Vieira) e o irmão Amadeu (Genézio de Barros) vão visitar a mãe que mora numa chácara próxima à São Paulo. Uma saudosa e perturbada senhora lhes aparece: é Bernarda (Nathália Thimberg).

Enquanto isso, Paloma (Paola Oliveira) conta para Félix que Ninho (Juliano Cazarré) está de volta. O pérfido irmão vê nisso mais uma possibilidade de mandar a irmã para longe com o seu antigo amado.

"Ah, o traficante... Quero dizer, o príncipe dos Andes voltou!", ironiza Félix. "Se eu fosse você eu ia embora com ele, para longe."

"Você quer me ver longe, Félix?", pergunta-lhe ingenuamente a mocinha. "Imagina", responde de pronto o "irmãozinho querido", "eu quero é te ver feliz!". (Perigosa!!!)

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"

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