O reality "Mulheres Ricas" (Band) encerrou nesta segunda-feira (11) a sua segunda temporada. E mais uma vez a empresária Val Marchiori foi o "chantilly" do bolo.

Num reality show que se preze o participante tem que causar "babado, confusão e gritaria", senão não acontece. E Marchiori "causa" onde ela chega.

No episódio de ontem, foi mostrada uma coletiva para a imprensa realizada pelas participantes do reality de luxo. No início estava tudo muito comportado e levemente insosso, com a presença apenas de Mariana Mesquita, Cozete Gomes e Andréa de Nóbrega.

Um jornalista perguntou se elas consideravam Val a vilã do reality. Andréa se adiantou para dizer que não, que ela seria sim a "chata" da história. Nisso, entra sala adentro a "poderosa Val" - num modelito preto muito elegante, com joias básicas e brilhantes, e percebeu que fez-se um silêncio sepulcral no ambiente.

"Hello, perdi alguma coisa?!?", perguntou a empresária sorridente, ao que ninguém ousou responder. Uma jornalista perguntou então se Val estava feliz de ter voltado ao "Mulheres Ricas". "Estou...estou feliz, apesar de algumas críticas que tenho recebido, o programa é um divisor de águas na minha vida", respondeu a empresária ajeitando as madeixas louras.

Foi quando outro jornalista quis apimentar a conversa, perguntando como é que estava a relação de Marchiori com as colegas. "Acho melhor você perguntar pra elas!", retrucou Val. Mas logo acrescentou: "eu acho que televisão é televisão. O programa tem essas coisas de alfinetadas, de brincadeiras, mas tem que encarar que é um programa de televisão", respondeu Val com sobriedade.

"O legal desse programa é que eu sempre me divirto fazendo", comentou Val inadvertidamente. Mas Andréa não se conteve e soltou: "você se diverte com as besteiras que você mesma fala". Val replicou rapidamente: "não, me divirto com as integrantes, com o que elas fazem. É um programa de televisão, né gente?!", insistiu Marchiori.

De repente a arquirrival Cozete Gomes resolveu entrar no assunto. "É, mas o público entende que não existe um personagem e que aborda o cotidiano de como cada um é!". Marchiori não deixou por menos: "quem tá falando que eu sou um personagem? Eu falo que você se veste mal e é verdade!". Cozete, incomodada: "você tá mostrando quem você realmente é!". Val, enfática: "exatamente".

Muito mais tarde chega Narcisa Tamborindeguy, fazendo "merchand" explícito do livro mais recente do seu namorado escritor. "Chegou o furacão!", bradou ela antes de soltar três ou quatro dos seus bordões repetitivos: "ai, que qualquer coisa". De uma maneira um tanto deselegante, a "princesa de Copacabana", como se autodenomina, distribuiu livros para as colegas menos para Val, com o argumento inverossímil de que não sabia que ela estaria lá também.

Marchiori diria em depoimento posterior: "a Narcisa deu o livro pras outras todas...eu, ela sabe que eu sou a mais rica e posso comprar o livro pra ajudar o namorado dela".

"O que é ser uma mulher rica?", foi a última pergunta da coletiva. Mariana, Andréa e Cozete desfiaram um rosário politicamente correto citando "valores, conteúdo e riqueza de espírito". Val Marchiori ficou só olhando e depois, sempre ajeitando os cabelos, comentou: "achei tudo ridículo. Uma pobreza!".

Todo o último episódio foi permeado com a preparação e a realização do show da também participante do reality, a capixaba Aeileen. Tudo parecia muito forçado, estilo "matéria paga". Quanto ao show em si, não vem ao caso comentar.

A atração maior seria o cantor Leonardo, e Aeileen faria abertura do show. Para chamá-la ao palco, Cozete Gomes - como "manager" da moça e dona da casa noturna, entrou em cena num longo azul turqueza de paetês e pedras graúdas, com direito a uma semi-cauda e alça de um ombro só. "Credo que coisa horrível!", comentou Val que estava na plateia. "Qualquer drag queen se veste melhor!"

Para encerrar no melhor estilo Val de ser, a empresária não se fez de rogada: "todas querem ser a Val, mas a Val é única, hello! Eu sou a primeira rica, a rica fixa: a loira, linda, alta e magra!", e deu uma gostosa gargalhada.

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"