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Renato Kramer

"Força Tarefa" resgata o thriller, "Amor & Sexo" cai na gandaia

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Uma boa ideia colocar na sequência dois programas tão opostos. Um acaba por valorizar o outro. Claro que tudo sempre vai depender do gosto pessoal, mas, cada um no seu estilo, tanto o "Força Tarefa" quanto o "Amor & Sexo" de ontem, na Rede Globo, cumpriram muito bem a sua função.

No episódio desta quinta, o seriado "Força Tarefa" trouxe um Capitão Wilson (Murilo Benício) à la "Charles Bronson" --ator que marcou época no cinema, especialmente ao realizar "Desejo de Matar" (1974), onde vivia Paul Kersey, um personagem durão, que parece carregar o mundo nos ombros e não esboça um sorriso. O personagem acabou reaparecendo em quatro ou cinco outros filmes do gênero.

E é esse gênero que está fazendo com muita propriedade e competência o ator Murilo Benício. O Capitão Wilson é um policial angustiado pela culpa da morte de companheiros seus e por um casamento que está indo por água abaixo. Extremamente competente na profissão, não sabe lidar muito bem com as questões emocionais que abalam a sua relação.

Jaqueline, mulher do Capitão Wilson, aparece em cenas curtas e intensas, nas quais a atriz Fabíula Nascimento tem dado um show de explosão emocional --criando um ótimo contraste com a aparente 'frieza' do capitão.

Apenas um senão para a longa e didática revelação de como o capitão descobrira todo o processo da armação feita pelos policiais corruptos - muito no estilo do detetive Hercule Poirot (Agatha Christie), de resto o episódio de ontem de "Força Tarefa" estava excelente.

Para 'desopilar' literalmente, logo a seguir entrou no ar "Amor & Sexo", com a apresentação da sempre bela Fernanda Lima. As atrizes Isis Valverde, Fernanda Paes Leme, Cris Vianna e Suzana Pires formaram a banca julgadora. E o convidado da noite, que decididamente roubou a cena foi Eri Johnson, o "Gigante" de Fina Estampa.

Ao responder questões sobre como conquistar e 'ganhar' uma garota, o ator foi aplaudido quase que em todas as vezes que abriu a boca. Super divertido, muito bem humorado e extremamente ágil nas expressões e no 'espírito' das respostas que dava. Sua performance lembrou muito alguns dos melhores comediantes que o cinema internacional já teve, como Jerry Lewis (O Professor Aloprado - 1963), Peter Sellers (Um Convidado Bem Trapalhão -- 1968) e Louis de Funès (As Loucas Aventuras de Rabbi Jacob - 1973).

Interessante e curiosa foi também a reportagem que Fernanda Lima fez no Japão sobre as "Love Dolls" (Bonecas do Amor). Longe das primitivas 'bonecas infláveis', as 'bonecas do amor' são feitas com um material altamente sofisticado e transmitem, segundo a apresentadora, a sensação de estar-se realmente tocando a pele humana. Não necessariamente utilizadas com a finalidade sexual, muitas são compradas como pura e simples companhia. Haja solidão!

Para encerrar com chave de ouro a noite de "Amor & Sexo", a pergunta feita ao convidado não poderia ser mais capciosa. E 'atual', de certa forma, pois uma recente declaração da cantora Sandy sobre o tema tornou-se o assunto mais comentado da semana.
"Você está com a garota que você ama muito e ela acabou de permitir que você fizesse sexo anal com ela. Então ela pega um 'consolo' e pede para fazer o mesmo com você, o que você diria pra ela?"

Perguntou a bela Lima. Olhos esbugalhados e cinco segundos de pausa. "O que você diria?", insiste a apresentadora. "Nessa vida, não!", responde convicto o ator. "Mas você a ama", argumenta Fernanda. "Eu quero que ela morra! Ah, que mulher louca!", responde Eri Johnson, chutando o balde. A plateia vem abaixo.

"Força Tarefa" e "Amor & Sexo" --uma dobradinha que pode agradar a gregos e troianos.

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"

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