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Exposição em Tóquio permitiu que visitantes roubassem obras de arte por dez minutos

Experimento aconteceu na última quinta-feira (9)

Yusuke Hasada com a obra "My Money" do artista Gabin Ito.
Yusuke Hasada com a obra "My Money" do artista Gabin Ito. - Behrouz MEHRI / AFP
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Tóquio (Japão)

Uma galeria de arte de Tóquio sugeriu que os visitantes "roubassem" as obras que quisessem, e, por conseguinte, a exposição durou apenas dez minutos. Como para muitos a cultura era o de menos, boa parte do recolhido acabou em sites de leilão.

Os organizadores acharam que o evento seria bastante confidencial, mas as informações se espalharam rapidamente pelas mídias sociais. Quase 200 pessoas compareceram à abertura do evento, pouco antes da meia-noite da última quinta-feira (9).

Essa exposição funcionou como um "experimento", supostamente para transformar a relação entre artistas e o público, segundo Tota Hasegawa, promotora do projeto, contou à AFP.

Yusuke Hasada, 26, se apossou de uma nota emoldurada de 10.000 ienes (cerca de US$ 93), que fazia parte da instalação "My Money", do artista Gabin Ito. Ele chegou uma hora antes do horário previsto para a abertura. O jovem, um dos poucos que não saiu de mãos vazias, posicionou-se estrategicamente em frente à entrada da galeria.

"Quando eles (os organizadores) anunciaram que abririam antes, todos atrás de mim se apressaram para entrar. Eu quase caí", relatou Hasada à AFP. "Foi aterrorizante", acrescentou. O jovem diz que quer guardar o objeto para decorar o apartamento.

A possibilidade de roubar objetos atrai mais público e dá aos visitantes um certo prazer, o de transgressão, explica Minori Murata, artista que expôs carteiras com dinheiro e cartões de crédito. A sociedade japonesa não tem o costume de desrespeitar as regras e proibições, e a incidência de criminalidade no país é muito baixa.

Outros interesses surgiram com a experiência do "roubo". Poucas horas após o experimento diversos itens da exposição estavam à venda nos sites de leilão, às vezes a preços de até 100.000 ienes (mais de US$ 900).

Yuka Yamauchi, uma engenheira de 35 anos, chegou quando faltavam quinze minutos para a meia-noite, a tempo de ver os outros saírem com as obras. "Faz um tempo que não via tantas pessoas", ressalta Yamauchi.

A maioria dos habitantes de Tóquio evita aglomerações por medo de contrair o novo coronavírus, que na capital japonesa.

AFP
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