BBB18

Selinhos entre pais e filhos geram debate dentro e fora do 'BBB 18'; psicólogos comentam

Respeitar a vontade é o principal definidor de limites dos carinhos entre pais e filhos; dizem profissionais

Ayrton dá selinho na filha, Ana Clara, no "BBB 18"
Ayrton dá selinho na filha, Ana Clara, no "BBB 18" - Reprodução/Twitter/#ForaFamili
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KARINA MATIAS
São Paulo

Existem barreiras para demonstrações de carinho entre pais e filhos? Como defini-las? Nas últimas semanas, dois casos de pais que deram selinhos nos filhos provocaram polêmica e acenderam a discussão sobre o tema.

O primeiro deles aconteceu no "Big  Brother Brasil" (Globo). Muitos telespectadores criticaram os beijos trocados entre Ayrton e Ana Clara Lima, pai e filha, então confinados na casa do reality  show. Outro caso que chamou a atenção foi o do jogador de futebol norte-americano Tom Brady, marido da modelo Gisele Bündchen. Na websérie "Tom vs. Time", ele aparece dando um selinho no filho, Benjamin, 8 anos.

Para psicólogos e especialistas na área, é normal que esse tipo de comportamento provoque estranheza, já que o beijo na boca, na cultura brasileira, está mais associado aos relacionamentos amorosos e sexuais.

Apesar disso, os profissionais explicam que cada família tem os seus próprios meios e formas variadas de demonstrar afeto e que o selinho pode ser, sim, um deles. "Não há uma cartilha ou um padrão de conduta. Cada família tem autonomia para estabelecer o que acha certo, e isso deve ser respeitado. Desde que, é claro, não seja agressivo ou abusivo", explica o sexólogo Paulo Tessarioli, presidente da Abrasex (Associação Brasileira dos Profissionais de Saúde, Educação e Terapia Sexual).

A neuropsicóloga  Deborah  Moss, especialista em psicologia do desenvolvimento humano, compartilha a mesma opinião. "Não podemos misturar as coisas. Uma pessoa pode assediar outra sem dar nenhum beijo na boca", alerta. Ela salienta, porém, que a vontade dos filhos sempre deve ser respeitada.

"Esse é o limite, porque é muito comum, depois que a criança começa a crescer, quando entra na pré-adolescência ou na adolescência, que ela não queira mais esse tipo de carinho dos pais. Ou, então, que ela comece a ficar constrangida com isso. A partir daí, já não é mais legal que os pais forcem a barra."

Os profissionais também reforçam que é preciso ficar claro para a criança que o selinho é permitido apenas dentro daquele ambiente familiar. "Caso contrário, ela pode querer beijar na boca a professora ou outro adulto. E isso é válido também para outros hábitos, como tomar banho com os filhos ou famílias que costumam ficar peladas dentro de casa. Ou seja, o filho precisa saber que essas não são práticas comuns fora dali", recomenda Deborah.

Nesse sentido, ela observa que a compreensão para a criança pode ser difícil. "É importante a reflexão da família sobre até que ponto vale insistir nisso, se a cabeça da criança começar a ficar muito confusa" pontua.

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