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Televisão

'Somos negros e me decepcionei com a falta de solidariedade', diz Gabeh sobre Cacau Protásio

Roteirista demitido do 'Vai que Cola' diz que atriz tenta disfarçar, 'mas é óbvio' que tentou linchá-lo virtualmente

André Gabeh, sobre Cacau Protásio: 'Não sei o que causou tamanha perseguição contra mim' - Instagram/Globo
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Rio de Janeiro e São Paulo

André Gabeh admirava Cacau Protásio como artista e diz que "jamais esperava" ter sofrido perseguição da atriz nas duas temporadas em que trabalhou como roteirista do "Vai Que Cola". "Somos negros e me decepcionei com a falta de solidariedade dela", afirmou ao F5.

Nesta sexta-feira (25), o escritor, demitido do humorístico do Multishow, foi às redes sociais desmentir Protásio. Ela havia publicado um vídeo no qual negava, com veemência, que tenha perseguido, agredido ou pedido o afastamento de qualquer pessoa no programa.

"Ela tenta disfarçar, mas é óbvio que quer meu linchamento virtual. Me decepcionei e me assustei. Só estava fazendo meu trabalho", reforçou Gabeh, que diz nunca ter convivido com a humorista, nem presencial e nem virtualmente. Além disso, ele diz que não sabe o que causou "tamanha implicância".

"Eu estava superfeliz em trabalhar no 'Vai que Cola'. Era fã dela. Escrevia tudo com muito carinho para todos, porque além de ser meu trabalho, eu sou alguém suburbano" [a série se passa no subúrbio do Rio de Janeiro].

Após as reclamações dos atores, os textos começaram a ser enviados sem assinatura, "e aí passaram a descobrir o que tinha sido escrito por mim", conta o roteirista. Um efeito manada veio em seguida, garante Gabeh, quando outro artistas do elenco passaram a criticar seu trabalho. Outros roteiristas também teriam começado a sofrer assédio e o elenco, ainda segundo sua versão, elaborou uma cartilha de exigências.

"Havia vários 'não pode'. As falas tinham que ser curtas. Numa semana, não podíamos sexualizar Jéssica [Samantha Schmütz]. Na outra, ela precisava ser periguete. Tínhamos que colocar os bordões antigos. Mas quando a gente colocava, não gostavam", exemplifica Gabeh.

"A temporada se passava no interior, mas não podíamos fazer piadas com coisas do interior para não parecermos preconceituosos; depois nos exigiam que falássemos do interior. Atores pediam mais piadas, mas na hora da gravação cortavam a maioria das falas e logicamente ficavam sem piada nenhuma."

Gabeh diz ter esperança de que essa história da vida real tenha um final que, se não for feliz, seja pelo menos justo —com os direitos de roteiristas e funcionários do audiovisual respeitados. "Que as pessoas possam denunciar abusos. Fiquei com muito medo de me queimar, mas fiquei com mais medo ainda de não me defender."

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