O dia em que Juliette deu aula para Samantha Schmütz
O Brasil se apaixonou por Juliette, e esse caso provou que o Brasil estava certo
Confesso que senti um alívio infinito ao ver o vídeo de Samantha Schmütz pedindo desculpas para Juliette e reconhecendo a bobagem que fez.
A história todo mundo sabe: Juliette foi ao Altas Horas, sentou-se ao lado de Juliana Paes e, indireta ou não, disse que os artistas têm obrigação de se posicionar politicamente.
Samantha fez um comentário curto, grosso, desnecessário e com uma carga negativa horrorosa ao publicar "acho ótimo se posicionar, mas ela é artista?"
Assim que a repercussão negativa dessa postagem infeliz e agressiva começou, Samantha apagou a publicação. Segundo a própria humorista, o comentário teria ficado no ar por menos de um minuto. Porém, como diz o lema, o print é eterno.
Uma onda de apoio à vencedora do BBB 21 se levantou. E com razão. Juliette é uma pessoa gentil, doce, uma cantora afinada, de voz e jeito gostosos de ouvir, cheia de carisma e querida por milhões. E, como ela mesma se coloca, uma aprendiz, uma artista que está começando uma carreira honesta e cheia de afeto. E, se Juliette canta e tem milhões de fãs que querem ouvi-la, quem é Samantha para questionar ou julgar? Desde quando uma pessoa precisa de "autorização" de outra para ter uma carreira artística?
Enquanto a internet elevava a tempestade tropical a furacão, Samantha ainda tentou fazer alguns posts misteriosos, com o ego ferido, mas ainda sem se dar conta da proporção da sua agressividade injustificada.
Juliette permaneceu firme e, de forma correta, não devolveu a agressão. Ela sabe que o tempo é senhor da razão. E foi mesmo. Entre um passeio e outro em Cannes, Samantha caiu em si e gravou um vídeo pedindo desculpas a Juliette, destacando as duas palavras duras que definem exatamente a fonte de sua agressividade: mágoa e frustração.
Samantha é uma atriz muito versátil, talentosa. E canta muito, muito bem. Há muitos anos ela investe na carreira de cantora. Mas o público não a percebe assim. Ninguém pensa em Samantha Schmütz como cantora.
Ao ver Juliette, lançando-se como cantora já com 33 milhões de seguidores no Instagram, campanhas de grandes marcas no ar e todo apoio da mídia, Samantha deve ter se incomodado muito com essa subsversão da lógica. Porque, em geral, as carreiras são construídas de forma lenta e gradual, a duras penas. O resultado foram aqueles clássicos: inveja, que gera frustração, que vira raiva, que vira agressão.
De tudo, fica a lição: cada um tem sua história, sua vida, sua carreira, sua trajetória, seu caminho. E toda vez que a gente se compara a quem tem mais sucesso, mais talento ou até mais sorte, o resultado é sempre o sofrimento, nosso e dos outros. Para um mundo mais justo, melhor, mais feliz, o grande aprendizado é a celebração do sucesso alheio. Porque quando a outra pessoa faz sucesso ela prova que o caminho é possível. Ela legitima a coragem de tentar. Ela nos incentiva a seguir adiante.
O Brasil se apaixonou por Juliette e, como esse caso de Samantha provou, o Brasil estava certo nesse amor. Juliette é uma artista e seu brilho é para ser aplaudido.
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