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Televisão

Após prejuízo de R$ 500 milhões, Record começa cortes e demite Patrícia Costa

Emissora fará cortes durante o restante da semana para tentar melhorar suas contas

Patrícia Costa era apresentadora do Jornal da Record: jornalista foi demitida da emissora - Edu Moraes / Record TV
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Aracaju

A Record começou nesta segunda-feira (17) uma série de demissões em suas emissoras pelo Brasil para tentar equacionar suas contas após um prejuízo de R$ 500 milhões em sua operação de 2022, segundo balanço divulgado pela emissora no mês de maio. As saídas começaram em São Paulo. Patrícia Costa, apresentadora com 16 anos de empresa, foi desligada. Outros profissionais de bastidores também. Em nota, a TV afirmou que as saídas foram "necessárias" devido ao atual momento do mercado brasileiro.

Segundo apurou a reportagem, Patrícia foi comunicada do seu desligamento logo após apresentar a versão matinal do Jornal da Record 24h, por volta das 7h. O fato repercutiu rapidamente na redação, já que ela tinha longos serviços prestados para a empresa. Patrícia lamentou a demissão.

"Me adaptei a todos os desafios. Fui para a madrugada com um filho pequeno e depois para outra ponta da madrugada, em menos de 2 anos. Me esforcei para atender todas as demandas. Mas agora um ciclo se fechou e tenho certeza que outro ainda mais lindo me espera", afirmou a jornalista em sua conta no Instagram.

Luiz Canário, diretor de apoio operacional do jornalismo da Record, também foi avisado que não era mais contratado ainda nesta manhã. Carmem Falcão, diretora de produtos multiplataformas, foi outra dispensada.

Quem também foi dispensado foi o jornalista Georgios Theodorakopoulos, o Grego, que estava na Record desde 1992 e atualmente era responsável por reportagens esportivas. Ainda na área esportiva, Janice de Castro, repórter desde 2005, foi demitida.

No começo da noite, Roberto Thomé também confirmou ao F5 sua demissão. "Saí, acontece", lamentou.

São esperadas mais demissões ao longo do dia em todo o Brasil. No Rio de Janeiro, Sylvestre Serrano, principal repórter da Record no estado, foi desligado. Adriana Oliveira, repórter loca, e Adriana Rezende, repórter do Jornal da Record, também saíram. Esta última é conhecida também por ser prima do jornalista Marcelo Rezende (1954-2017), que foi apresentador do Cidade Alerta.

O perfil das saídas será de profissionais com alto salário, mas que tem pouco rendimento para a operação da Record neste momento. A ordem neste momento é economizar.

Nas redes sociais, pipocaram informações sobre as saídas de Mylena Ciribelli e Cleisla Garcia. A Record negou a saída de Mylena. Procurada pelo F5, Cleisla negou ter sido demitida.

Ao todo, a Record prevê a saída de 200 profissionais. Além do jornalismo, a produção de programas como Hora do Faro, comandado por Rodrigo Faro aos domingos, foram desfalcados. Apenas a dramaturgia da empresa ficará intacta, já que ela é de responsabilidade da Igreja Universal do Reino de Deus, liderada por Edir Macedo, dono da emissora.

As demissões na Record eram esperadas desde o início de julho. Na semana retrasada, a Record enviou dois executivos para se reunirem com Rui Costa, ministro-chefe da Casa Civil, e Paulo Pimenta, Ministro-Chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.

Marcos Vieira, CEO do Grupo Record, e Alarico Naves, vice-presidente comercial da TV de Edir Macedo, líder da Igreja Universal do Reino de Deus, conversaram com Costa e Pimenta na sede da Record no Distrito Federal. Executivos do Jornalismo e membros da Igreja Universal não estiveram presentes.

A conversa dos diretores com os ministros fizeram os cortes serem adiados. Nos bastidores, a reunião, além de aproximação com o governo Lula, foi vista como uma tentativa de impedir que as demissões fossem feitas.

A Record enviou um comunicado que explicou o motivo dos cortes: "O Grupo Record continuará trabalhando sem descanso para conquistar novos investimentos em seus negócios. Também estará torcendo e contribuindo para o crescimento e retomada do poder econômico do país e do povo brasileiro. Desligamentos foram necessários, mas com respeito ao ser humano acima de tudo, às leis e às regras trabalhistas".

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