Aviso
Este conteúdo é para maiores de 18 anos. Se tem menos de 18 anos, é inapropriado para você. Clique aqui para continuar.

Televisão

Reprise de 'Avenida Brasil' bate recordes de audiência com personagens sólidos e trama ágil

Último capítulo é exibido nesta sexta (1º) com mesmo sucesso que há oito anos

Nina (Débora Falabella) Divulgação

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Há quase oito anos, no dia 19 de outubro de 2012, o Brasil parava para ver o último capítulo de "Avenida Brasil". Agora, com grande parte das cidades do país já paralisadas por causa do novo coronavírus, o fim da história de Nina (Débora Falabella) e Carminha (Adriana Esteves) no Vale a Pena Ver de Novo, nesta sexta-feira (1º), deve mobilizar novamente um grande número de pessoas em frente à TV.

Mesmo antes da quarentena, a trama ágil e cheia de reviravoltas escrita por João Emanuel Carneiro já vinha registrando bons resultados. Com o isolamento social, isso se intensificou. É, segundo a Globo, a melhor performance na faixa horária nos últimos dez anos.

As cenas em que Carminha é desmascarada e expulsa da mansão, que foram exibidas em 16 de abril, bateram recorde de audiência com 28 pontos em São Paulo, 32 no Rio de Janeiro, e 29 no PNT (Painel Nacional de Televisão). No Google, desde 21 de março, houve crescimento de 2400% nas buscas por "Avenida Brasil". E "Quem matou Max?", um dos suspenses do final, foi a pergunta mais pesquisada entre nos dias 22 e 23 de abril.

O autor Carneiro se diz realizado ao ver que o seu desafio de fazer uma novela diferente, em que a mocinha (Nina) também tinha atitudes de vilã, conseguiu agradar mais uma vez. Antes do início da reprise, em outubro de 2019, Carneiro afirmou, em entrevista ao jornal O Globo, ter dúvidas se a trama faria sucesso nos dias atuais, em horário nobre.

Isso porque a produção, segundo ele, era muito antenada com aquele momento específico político e econômico que o país vivia em 2012. "'Avenida Brasil' refletiu as aspirações de toda a classe C que veio à tona naqueles anos todos, com o boom econômico'", disse. Um dos exemplos é que a maior parte de toda a história se passa no subúrbio, no fictício Divino, onde até mesmo Tufão (Murilo Benício) seguia morando, mesmo sendo rico.

O contexto social diferente, porém, não deixou a novela com cara de velha. Na audiência, a trama superou em diversos momentos as reprises de "Malhação" e "Novo Mundo", que são exibidas em horários que costumam ter um número maior de televisores ligados –há até quem diga que se ela não estivesse no Vale a Pena Ver de Novo poderia ter sido a escolhida para a faixa das nove, que hoje exibe "Fina Estampa".

NINA VERSUS CARMINHA

Para Elmo Francfort, diretor do Instituto Memória da Mídia e mestre em teledramaturgia, com a quarentena, as famílias voltaram a se unir em casa e a TV se tornou um ponto em comum. "Na busca pela esperança, temos agora nas novelas a possibilidade de sonhar, de ir e vir, de torcer."

O sucesso de "Avenida Brasil", diz Francfort, também se explica pelo sentimento de nostalgia presente na atual situação. Para além de todos esses fatores, no entanto, Francfort salienta que "Avenida Brasil" é um produto muito bem construído e que o embate entre Nina e Carminha pode ser comparado aos grandes clássicos do futebol, como Corinthians e Palmeiras, ou Flamengo e Fluminense.

"João Emanuel Carneiro usou na trama ingredientes importantes, como o vilão que você tem até dó em alguns momentos, porque ele foi construído por uma sucessão de maus episódios ao longo da vida", diz o especialista.

Por outro lado, como lembrou o próprio autor e Francfort ressalta, a mocinha Nina não é tão boazinha e tem lá os seus ataques de maldade. "Outra coisa importante criada por ele [João Emanuel Carneiro] foi que nem sempre a vitória era do mesmo time. Em alguns episódios, as armações de Carminha davam certo, só depois de um tempo, a trama desenrolava-se para o lado de Nina", acrescenta.

Como ponto de negativo, o crítico afirma que "Avenida Brasil" teve um grande número de personagens, o que fez perder a profundidade em alguns núcleos –a exemplo da história de Cadinho (Alexandre Borges) e de suas três mulheres, Alexia (Carolina Ferraz), Noêmia (Camila Morgado) e Verônica (Debora Bloch).

Apesar dessa fragilidade, Francfort diz que o autor conseguiu costurar bem todas as tramas e não deixou nenhum personagem esquecido, como muitas vezes acontece. "Novela boa é aquele em que se passam os anos e você lembra da trama, como dos seus personagens. Tufão, Tessália (Débora Nascimento), Jorginho (Cauã Reymond) e tantos outros também ficaram no nosso imaginário", conclui.


REPRISE EM NÚMEROS

Média parcial em São Paulo 19 pontos com 36% de share, melhor resultado no horário desde 2010 (cada ponto na região equivale a 74.987 domicílios)

Média parcial no Rio 22 pontos com 44% de share (cada ponto na região equivale a 47.454 domicílios)

Média parcial no PNT 19 pontos com 41% de share (cada ponto na região equivale a 260.558 domicílios)

Recorde Capítulo do dia 16 de abril, quando Carminha é desmascarada e expulsa da mansão

  • São Paulo: 28 pontos
  • Rio: 32 pontos
  • PNT: 29 pontos
    Melhor resultado desde 2010 nas três praças

Recorde semanal, de 13 a 17 de abril

  • São Paulo: 26 pontos
  • Rio: 30 pontos
  • PNT: 27 pontos

Último capítulo de 'Avenida Brasil'

  • Quando Sex. (1º/5), às 16h53 (após 'Êta Mundo Bom!')
  • Onde Globo
Final do conteúdo
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Ver todos os comentários Comentar esta reportagem