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William Waack deixa a Globo após caso de racismo 

O jornalista William Waack
O jornalista William Waack - Reprodução/TV Globo


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O diretor-geral de jornalismo da Globo, Ali Kamel, divulgou um comunicado, coassinado por William Waack, 65, nesta sexta-feira (22), informando sobre o desligamento do jornalista. O apresentador trabalhou para a emissora por 21 anos e estava afastado desde o dia 8 de novembro.

"A TV Globo e o jornalista decidiram que o melhor caminho a seguir é o encerramento consensual do contrato de prestação de serviços que mantinham", diz a nota, enviada aos funcionários.

Waack foi afastado do "Jornal da Globo" depois de o ex-operador de VT Diego Rocha Pereira divulgar um vídeo no qual mostra o jornalista fazendo comentários racistas durante a cobertura da eleição americana no ano passado.

O fato aconteceu antes de uma entrevista com Paulo Sotero, diretor do Brazil Institute, do Wilson Center, num estúdio em frente à Casa Branca, nos EUA. O apresentador teria se irritado com a buzina de um carro e afirmado que o barulho era "coisa de preto".

O vídeo foi divulgado em um grupo de WhatsApp de editores de TV antes de chegar à web.

No comunicado, a Globo ressalta seu repúdio ao racismo e exalta a contribuição do jornalista para com a emissora. "A TV Globo reafirma seu repúdio ao racismo em todas as suas formas e manifestações. E reitera a excelência profissional de Waack a imensa contribuição dele ao jornalismo da TV Globo e ao brasileiro. E a ele agradece os anos de colaboração".

Waack é formado em jornalismo pela PUC-SP (Pontifícia Universidade Católia de São Paulo) e começou na Globo como correspondente em Londres, na Inglaterra, em 1996. Em 2000, ele retornou ao Brasil para trabalhar como repórter e produzir séries especiais para o "Jornal Nacional" e outros telejornais. Em 2005, tornou-se âncora do "Jornal da Globo".

O jornalista também passou por Redações do "Jornal do Brasil", "Jornal da Tarde", "O Estado de S. Paulo" e pela revista "Veja".

A Globo também informou que Renata Lo Prete assume definitivamente a apresentação do "Jornal da Globo" e o jornalista Heraldo Pereira passa a comandar o "Jornal das Dez", da GloboNews. 


Leia o comunicado da Globo. 

Em relação ao vídeo que circulou na internet a partir do dia 8 de novembro de 2017, William Waack reitera que nem ali nem em nenhum outro momento de sua vida teve o objetivo de protagonizar ofensas raciais. 

Repudia de forma absoluta o racismo, nunca compactuou com esse sentimento abjeto e sempre lutou por uma sociedade inclusiva e que respeite as diferenças. Pede desculpas a quem se sentiu ofendido, pois todos merecem o seu respeito. 

A TV Globo e o jornalista decidiram que o melhor caminho a seguir é o encerramento consensual do contrato de prestação de serviços que mantinham. 

A TV Globo reafirma seu repúdio ao racismo em todas as suas formas e manifestações. E reitera a excelência profissional de Waack e a imensa contribuição dele ao jornalismo da TV Globo e ao brasileiro. E a ele agradece os anos de colaboração. 


​OUTROS CASOS

Em setembro, o então apresentador do "Jornal da Band", Boris Casoy, indenizou o gari José Domingos de Melo, que o processou em 2010 por se sentir ofendido após um comentário do jornalista. 

Melo apareceu em uma vinheta desejando "feliz Natal", mas uma falha técnica levou ao ar o áudio de Boris dizendo: "Que merda, dois lixeiros desejando felicidades do alto das suas vassouras. O mais baixo na escala do trabalho".

Em 2005, o apresentador do "Jornal Nacional", William Bonner, disse que o telespectador médio do telejornal lembra Homer Simpson, pai folgado e bonachão do desenho "Os Simpsons". A comparação foi ouvida por nove professores universitários que visitavam os estúdios da Globo.

Bonner se desculpou afirmando que usou o exemplo do personagem Homer, "pois ele representa um pai de família, um trabalhador conservador, sem curso superior, que após uma jornada de trabalho, quer ter acesso às notícias mais relevantes do dia de forma clara e objetiva". 


Em 1998, durante a exibição de uma reportagem sobre o Ballet Kirov no programa "Fantástico", Pedro Bial, então apresentador do programa, deixou escapar um "isso é coisa de veado".

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