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Música

Ópera-rock feminista dos Titãs, 'Doze Flores Amarelas' sai em DVD, e banda fará nova turnê

Branco Mello fala sobre inspiração para criar letras e músicas

A banda rock Titãs estreia o espetáculo opera-rock "Doze Flores Amarelas" , no Sesc Pinheiros
A banda rock Titãs estreia o espetáculo opera-rock "Doze Flores Amarelas" , no Sesc Pinheiros - Mariana Pekin/UOL/Folhapress
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São Paulo

A ópera-rock “Doze Flores Amarelas”, criadas pelos Titãs, em parceria com os atores e dramaturgos Hugo Possolo, 56, e Marcelo Rubens Paiva, 59, ganhou o seu registro em DVD. Além das lojas físicas, as músicas que integram o espetáculo estão disponíveis nas plataformas digitais. 

O espetáculo conta a história de três jovens Marias que são violentadas em uma festa, e enfrentam momentos de depressão, dúvidas e sentimento de vingança. As personagens da trama são guiadas por um aplicativo que promete dar todas as respostas aos dilemas da vida.

A musicalidade roqueira da banda está impressa nas 25 músicas inéditas criadas exclusivamente para contar uma história. Algumas canções chegam a funcionar sozinhas, mesmo fora de contexto, pela profundidade por que tratam um tema, como a feminista "Me Estuprem", além de "A Festa" e "A Canção da Vingança", entre outras. 

As atrizes Corina Sabbas, Cyntia Mendes e Yas Werneck protagonizam o espetáculo. “Para gravar o DVD, a gente afinou alguns detalhes no cenário e nas projeções. Fizemos uma temporada no Teatro Opus só para gravar o DVD, com câmeras dentro e fora do palco. Investimos para gravar, ao longo de dias, um projeto de DVD. Mas a essência da ópera, a sequência das músicas e a iluminação está lá como foi apresentada na primeira vez”, afirma Branco Mello, 56, que forma os Titãs hoje com Sérgio Britto, 59, e Tony Belotto, 58.

Falar sobre feminismo, juventude e tecnologia não foi uma novidade aos músicos. "A ópera trata de assuntos delicados como já fizemos outras vezes nas outras carreiras. No nosso último disco, ‘Nheengatu’, por exemplo, tem músicas sobre pedofilia, racismo e violência contra a mulher. Aqui, contamos uma história, então não nos colocamos na voz dos personagens", explica o Mello.

"Na música 'Me Estuprem', por exemplo, falamos na voz dos abusadores. A gente conta o que se passa na cabeça daqueles caras. Claro que no todo tem a nossa visão daquilo, nos colocamos contra todos os absurdos que envolvem a violência sexual contra a mulher, mas é diferente de quando colocamos a nossa opinião em uma música”, avalia o músico.

Já com filhos e netos, Branco Mello diz que sempre há influência das experiências de família em seus trabalhos. "O que mudou hoje na juventude é a parte da tecnologia, que mudou totalmente, as drogas até são diferentes, então é bom estar contato com essa realidade dos nossos filhos e até com nossos netos. Mas tem muita coisa igual a antigamente, como a relação pai e filho, as conversas necessárias. Tem o pai mais liberal, o mais repressor. Isso tudo tentamos imprimir no argumento do espetáculo", afirma o músico. "Estamos sempre atentos sobre a maneira como eles veem todos esses assuntos."

O espetáculo foi dirigido por Possolo e Otávio Juliano. Rita Lee, mãe de Beto Lee que integra os Titãs, narra a história. "A gente nunca havia sido dirigido antes. O Hugo Possolo trouxe a visão do teatro, e o Otávio, do cinema", afirma Mello. 

ÓPERA-ROCK VAI PERCORRER O BRASIL

O lançamento do DVD "Doze Flores Amarelas" não é o anúncio de um fim do projeto, afirma Branco Mello. "Quando tivemos a intenção de fazer um projeto maior do que um álbum, essa ideia foi crescendo ao longo de um ano. É um projeto de muitas etapas e que, agora, será levado como um espetáculo para o resto do país", adianta Branco Mello.

O show que já foi apresentado em São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba deve voltar a essas capitais e incluir outras mais. "É um projeto mais difícil de chegar a outros lugares, porque tem uma estrutura de telão, iluminação e cenografia, mas queremos passar o próximo ano na estrada".

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