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X de Sexo Por Bruna Maia
Descrição de chapéu LGBTQIA+

'Sempre fui gay, mas transei com uma mulher e senti muito tesão'

Primeira experiência heterossexual deixou um homem confuso, porém de pau duro

Ilustrações dos anos 1800 mostram que o corpo feminino assusta há muito tempo
Ilustrações dos anos 1800 mostram que o corpo feminino assusta há muito tempo - Reprodução
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Sussurra-se por aí que há uma (ainda) discreta tendência de homens gays começarem a olhar para o corpo feminino com vulva e sentir tesão. Volta e meia eu ou alguma amiga beijamos um homossexual que está soltinho na balada ou no bloco de Carnaval e percebemos que a coisa esquenta e endurece. Sei de causos em que a coisa evoluiu para uns amassos mais fortes e surgiu a frase "nunca tinha ficado com mulher". Como sou eternamente uma repórter, fui atrás de gays que se aventuraram e encontrei Marcelo (nome fictício). Gay até então convicto, ele recentemente teve uma transa com uma moça e me contou tudo.

Ele tem 31 anos e até teve uma namoradinha quando era adolescente, mas os dois nunca chegaram a transar. Aos 18, se entendeu como gay e sempre teve sexo e relacionamentos satisfatórios com homens. Há pouco tempo, ele esteve em Montevidéu e conheceu uma mulher bonita, estilosa e muito interessante. Encontrou com ela três vezes e não rolou nem um beijinho, mas ele sentiu uma atração física e emocional muito grande. "Fiquei meio apaixonado, pensando: será que estou com tesão por essa menina?"

Ficou com a pulga atrás da orelha e, um tempo depois, visitou um casal de amigos heterossexual que tem um relacionamento aberto. O namorado apagou no sofá e ele continuou de papo com ela. Inebriados pelo vinho, eles começaram a se beijar. Quando Marcelo viu, estavam deitados na cama, nus e ele estava excitado.

O sexo rolou sem penetração. Ela fez sexo oral nele, e ele não chegou a fazer nela, mas a tocou bastante e com carinho. "Eu queria ter essa experiência de fazer sexo oral, naquele momento não rolou, mas nos tocamos muitos e foi muito bom, eu sem dúvida estava com tesão e atraído por ela." No dia seguinte, ela contou pro namorado, que não se importou com a diversão, e os três tomaram café da manhã juntos.

"Desde então, eu tenho me questionado se sou bissexual e reprimi isso. Mas sei que só sinto atração por mulheres específicas, com quem estabeleço uma conversa legal."

Ele não teve outras experiências heterossexuais ainda, mas está totalmente aberto a deixar rolar se o desejo pintar de novo; porém, Marcelo revela que, ao se imaginar trepando com mulheres, sente insegurança.

"Com homens sou versátil, então não me sinto na obrigação de performar ou ser ativo o tempo todo. Eu tenho a sensação de que, com mulheres, eu precisaria sempre assumir esse papel."

Quanto a isso, eu o tranquilizei. Muitas mulheres não gozam com a penetração, e carícias são mais importantes para fazer com que elas cheguem ao orgasmo. Também tendemos a ser muito mais compreensivas com coisas como broxadas ou alguma dificuldade na hora da penetração do que os homens pensam. E, claro, há moças que sentem bastante prazer em assumir a posição ativa e comer cu de rapazes, permitindo que haja variações de papéis.

Além disso, e talvez mais importante, sexo não precisa ser uma performance pirotécnica com a pressão para arrasar. Ver a coisa toda mais como uma brincadeira em que os envolvidos só querem se divertir —e não necessariamente terem a melhor foda de suas vidas— deixa tudo mais leve e mais fácil!

X de Sexo por Bruna Maia

Bruna Maia é escritora, cartunista e jornalista. É autora dos livros "Parece que Piorou" e "Com Todo o Meu Rancor" e do perfil @dabrunamaia nas redes sociais. Fala de tudo o que pode e do que não pode no sexo.

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