'Perdi o medo dos vibradores e vi mulheres gozarem como nunca'
Homem conta como o sugador de clitóris melhorou sua vida sexual e sua saúde mental
Na minha jornada de entusiasta e promotora dos vibradores, já encontrei homens HORRORIZADOS com a ideia de que uma mulher não precise dele para gozar –o que é estranho, porque às vezes até o trepidar de um ônibus na estrada irregular te faz gozar mais que um homem*. Mas nem tudo está perdido. Esses dias, para minha alegria, pulou nas minhas mensagens do Instagram o Rogério (nome fictício) para dizer que seguiu minha dica e ela MUDOU A SUA VIDA. Conto aqui a história dele, que deixou de ser medroso para se tornar um transudo que a gente respeita e deseja.
Rogério é mineiro e foi fazer uma visita com fins de transar bastante a uma amiga que mora no Rio Grande do Sul. Pouco antes da viagem, ele assistiu a uns stories em que eu falava mil maravilhas do sugador de clitóris (para quem não sabe, é um pequeno aparelho que faz exatamente o que o nome promete). Ele decidiu ser uma visita legal, dessas que não chega de mãos abanando, e comprou um de presente para a jovem gaúcha.
Quando a moça recebeu o brinquedinho, ficou exultante, mas não o utilizou logo de cara. Eles começaram a transar, transar, transar e o sugador ali, esperando para ser estreado somente quando ela estivesse sozinha. Mas, então, ela deu a ideia de eles usarem juntos. Palavras de Rogério:
"A gente estava ali e aí ela foi colocando, colocando, entendendo como era e como funcionava, até que, de repente, ela fez uma cara e disse ‘isso é tri bom!’. Eu estava achando muito massa e aí chegou a hora do orgasmo e eu nunca tinha visto nada igual na vida. Ela ficou uns cinco minutos sentindo muito prazer até gozar muito forte. Foi impressionante, na hora me senti feliz por ter dado o presente pra ela".
Óbvio que, depois desse clímax, ela passou a querer usar o sugador toda hora, e a felicidade de Rogério foi se transformando em insegurança. "Naquele momento eu me senti meio fraco, porque fui percebendo que eu não era essencial, que a mulher não precisava da minha boca ou do meu pau para gozar muito, para ter um orgasmo que eu jamais conseguiria proporcionar sozinho."
Na época, Rogério estava entrando em uma saudável crise e questionando os pressupostos da masculinidade –a autoestima descalibrada, a necessidade de parecer invulnerável, a pouca habilidade para falar de sentimentos. O sugador foi uma espécie de "chute no saco", um dos catalisadores que o fizeram questionar sua existência enquanto homem. Primeiro, ele percebeu que não era tudo isso que pensava; depois, ele se sentiu mal por não ser tudo isso que pensava; então ele se sentiu mal por se sentir mal por não ser tudo isso que ele pensava; finalmente ele percebeu que nem tudo era sobre ele e se tornou um transante melhor.
"Foi uma coisa que me deixou desconfortável por um tempo, porque me senti insuficiente, mas hoje em dia eu fico muito feliz quando eu vejo, uma alegria bem especial de ver a outra pessoa muito feliz."
Você vê o vibrador sendo mais eficiente que Freud no tratamento da masculinidade tóxica e mostrando que mulheres que sabem o poder do clitóris não sentem nenhuma falta de ter uma piroca. E que, nesse contexto, a coisa mais legal que a piroca pode fazer não é amolecer, mas sim curtir a brincadeira junto com a outra pessoa. Tanto que Rogério esses dias mesmo me pediu indicação de brinquedos sexuais para presentear outra mulher que tem a sorte de ser amiga dele.
Os sugadores existem em diversos formatos, desde aqueles com design classudo até os "fofinhos". Entre os últimos, tem o golfinho, o porquinho, o coelhinho e o polvinho –menor que esse da imagem que ilustra a coluna, mas muito eficaz. O meu favorito é um sugador cor-de-rosa claro, em formato de gatinho, da marca Cutie Baby, porque acho seu encaixe anatômico melhor. O custo benefício é muito bom e a satisfação é garantida.
* nem todo homem
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