Encontro com Patrícia Poeta e Manoel Soares mantém o pique, mas sem grandes novidades
Mudança do programa para São Paulo ainda não se refletiu na tela
A Globo batizou sua nova grade matinal de "Super Manhã". Há um certo exagero nisto. Nenhum programa novo estreou: houve apenas uma inversão dos horários do Mais Você, que foi para as 10h35, e do Encontro, antecipado para as 9h30. Este último também conta com novos apresentadores titulares, Patrícia Poeta e Manoel Soares, e passa a ser transmitido diretamente de São Paulo.
O que se viu no vídeo nesta segunda (4), primeiro dia do Encontro recauchutado, no entanto, foi mais do mesmo. Um telespectador desavisado poderia pensar que Fátima Bernardes está de férias, já que a cocriadora e ex-apresentadora do Encontro foi substituída inúmeras vezes por Patrícia ao longo dos anos.
Atenção: "mais do mesmo" não significa ruim. A fórmula do Encontro foi sendo aperfeiçoada ao longo dos anos, até chegar num equilíbrio entre notícias, entretenimento e serviços de utilidade pública. E foi seguida à risca na estreia dessa nova fase, apesar de a emissora ter anunciado que, por causa do horário mais cedo, o programa agora seria mais jornalístico, dando uma certa continuidade ao Bom Dia Brasil.
Logo no primeiro bloco, houve uma reportagem sobre os milhões de brasileiros que buscam emprego. Mas pautas mais leves entraram no ar na sequência, inclusive uma longa discussão sobre a novela "Pantanal", além de alguns números do cantor Péricles.
O palco está maior, e a plateia comporta mais gente. Mas houve momentos em que esse novo cenário pareceu vasto demais, vazio demais, com Manoel e Patrícia se esforçando para preenchê-lo.
O fato é que ambos se saíram bem. Ela, especialmente, estava mais desenvolta e segura do que nunca, apesar de admitir o nervosismo. Chegou até a passar a mesma energia de Fátima (desculpe, a comparação é inevitável). Ele, um pouco mais comedido, fez um bom contraponto.
Esta é a minha opinião, claro. Nas redes sociais, não faltaram críticas à dupla. Patrícia não ostentaria o mesmo carisma de sua antecessora, e ainda teria jogado Manoel para escanteio. Meio que esperada essa reação dos internautas. Mudanças raramente são bem-vindas.
Agora, por que deslocar o programa para São Paulo? Qual a vantagem de transferir tantos profissionais do Rio de Janeiro para a capital paulista? Deve haver alguma razão técnica ou comercial. Mas, por enquanto, o único reflexo dessa mudança no programa foi uma ação de merchandising de uma startup de aluguel e venda de imóveis, que teria ajudado Patrícia Poeta a se instalar na cidade.
Vamos dar tempo ao tempo. Talvez o Encontro se "paulistanize" nos próximos meses, para cair no gosto do maior mercado publicitário brasileiro. Os novos apresentadores também terão a chance de imprimir suas personalidades no programa. Mas sem grandes rupturas: a Globo parece mesmo decidida a fazer uma transição suave.
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