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Tony Goes

BBB 21: Como fica a carreira de Karol Conká, a mulher mais cancelada do Brasil?

Cantora será eliminada na terça; dúvida é se baterá recorde de rejeição

A rapper Karol Conká - Fabio Rocha/TVGlobo
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O Brasil está fora do eixo. Acostumado com a impunidade, o país viu dois vilões serem punidos na semana passada: o comediante Nego Di, que foi eliminado do BBB 21 com 98,76% dos votos do público, e o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), mantido na cadeia com 364 votos no plenário da Câmara.

Esta semana, assistiremos a mais uma punição exemplar. Salvo um evento de proporções cataclísmicas, Karol Conká será eliminada do reality da Globo nesta terça (23). A única dúvida é se ela baterá o recorde histórico de Nego Di.

Karol fará falta ao programa. Futriqueira de marca maior, ela esteve envolvida em todas as muitas tretas que vem marcando esta edição. Também é dona de uma autoestima digna de um argentino, e compartilha com a bruxa Wanda Maximoff, protagonista da série “WandaVision”, o poder de distorcer a realidade à sua volta em benefício próprio.

Antes apontada como favorita ao prêmio final por seus colegas na casa, agora a cantora pressente que chegou sua hora. E já mudou a narrativa: passou a dizer que quer sair, que não aguenta mais, que o BBB se transformou num inferno.

O fato é que, quanto antes Karol cair fora, melhor será para ela. A saída de Nego Di, um dos quatro integrantes do chamado “Gabinete do Ódio”, afetou seriamente Projota e Lumena, que estão bem mais apáticos do que antes. Mas Karol não ficou nem aí. Ela lembra o escorpião da anedota: não consegue ir contra sua própria natureza.

A moça poderia ter sossegado o facho e aproveitado a clemência de Sarah, que prometeu não votar em Karol por esta não ter lhe tirado da última prova do líder. Sarah acabou vencendo, e depois cogitou emparedar Pocah ou Projota. Só que Karol aprontou tanto no sábado (20), provocando uma grande briga entre Arthur e Gilberto, e ainda levando um sabão de Camilla, que a nova líder mudou de ideia.

É claro que a rapper paranaense fará falta ao jogo, mas o Brasil anda precisando de uma catarse. Vamos saciar nossa sede de vingança vendo a reação de Karol ao saber que foi cancelada pelo público, ou que já perdeu mais de R$ 5 milhões em contratos para shows e campanhas publicitárias – mais do que o triplo do valor do grande prêmio do BBB, que é de R $ 1,5 milhão.

Como que uma artista ainda em ascensão, sem uma carreira totalmente consolidada, pode resistir a um baque desses? A equipe de Karol já está preocupada com as contas a pagar. Temem que ela sequer consiga arcar com os R$ 10 mil por mês que custa o aluguel de seu apartamento em São Paulo.
Karol Conká também se tornou uma pária entre seus pares no meio artístico. Famosos como Neymar, Bruno Gagliasso, Ludmilla e inúmeros outros já manifestaram seu repúdio a ela. Alguns até lideram campanhas de votação pela sua saída, que torcem para que seja com 100% dos votos do público.

Mas Karol é uma mulher inteligente e também uma sobrevivente. Se for bem assessorada, pode virar o jogo e usufruir da fama recém-conquistada. Basta não se fazer de vítima, ou colocar a culpa nos outros. Precisa assumir os próprios erros e parar de enfiar a militância em tudo. Os espectadores querem tirá-la do BBB por suas palavras e atitudes, não pela cor de sua pele.

Eu a aconselharia a vestir aqui fora o figurino da vilã. Encarnar a persona de Jaque Patombá, o apelido que ganhou nas redes. A que enfia o dedo na cara sem medo de dizer as mais duras verdades. O Brasil bem que anda precisando de uma cantora de protesto, sem papas na língua. Karol também pode engatar uma carreira de atriz, usando para o bem seus dotes de dissimulação. Numa comédia policial, ela seria fantástica como a chefe de uma gangue.

O que Karol não deve fazer é aceitar o inevitável convite para A Fazenda 13, no intuito de limpar a própria barra. Nem mudar de personalidade de um dia para o outro se fazendo de santa e arrependida.

O showbiz brasileiro tem espaço para uma “bad girl”, e Karol Conká pode ocupar essa vaga com brio. Já que é para tombar, ela tombará neste paredão – mas pode se reerguer, bang, bang.

Tony Goes

Tony Goes (1960-2024) nasceu no Rio de Janeiro, mas viveu em São Paulo desde pequeno. Escreveu para várias séries de humor e programas de variedades, além de alguns longas-metragens. Ele também atualizava diariamente o blog que levava seu nome: tonygoes.com.br.

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