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Rosana Hermann
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César Tralli, competente e humano como poucos

Num ambiente tão artificial de fingimento e mentiras, é preciso celebrar quem tem bons predicados

Um homem sorridente está sentado em um banco, segurando um prêmio em forma de estatueta. Ele veste um terno azul e sapatos marrons. Ao fundo, há um holofote com luz amarela e uma caixa de madeira ao lado, também com um holofote. O fundo da imagem é escuro.
César Tralli, vencedor na categoria Jornalismo no prêmio Melhores do Ano - João Cotta - 15.dez.24/Globo
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São Paulo

César Tralli sempre impressionou pela elegância, competência e simpatia. Diariamente, ele nos brinda com seu carisma no Jornal Hoje e no Jornal da GloboNews, edição das 18h.

Isso sem contar tudo o que ele já fez no passado, em mais de 30 anos de carreira, e o que ainda fará no futuro, pois, como bem sabemos, Tralli deverá ser o sucessor de William Bonner no comando do Jornal Nacional quando este se aposentar.

E, apesar de todo esse sucesso profissional, César Tralli nunca agiu com arrogância nem se envolveu em confusões, fofocas ou falou mal de alguém. Discreto em sua vida pessoal, jamais ostentou seus bens ou conquistas.

Ao contrário: quando viralizou, não foi por causa de carros de luxo, correntes de ouro ou férias nababescas, mas por mostrar uma foto de sua marmita saudável no refeitório da Rede Globo.

E, como se não bastasse ter tantos predicados, Tralli revelou um lado afetivo ainda mais cativante ao receber o prêmio Melhores do Ano, no programa do Luciano Huck, na categoria Jornalismo, ao referir-se à sua enteada, Rafaela Justus como sua filha. No instante em que ele disse isso, comentei aqui em casa:

"O Tralli chamou a Rafa de filha dele, que lindo!". Depois percebi que, assim como eu, milhões de outras pessoas também sentiram o mesmo. Dessa vez, ele manifestou esse amor em palavras, mas na festa de 15 anos de Rafaela, já era possível ver que ele tem essa menina como filha, quando Tralli dançou a valsa com ela.

Pode parecer exagero, mas não é. É algo raro e que merece ser aplaudido. Basta olhar ao redor, ver as notícias. Quase tudo é futilidade. Grande parte das pessoas só pensa na aparência. Famosas de biquíni recebendo elogios pela forma física. Subcelebridades que não oferecem nada de útil para o mundo e que só buscam procedimentos estéticos para impressionar.

E quando não é sobre beleza, é sobre dinheiro. Fulana que cobra tanto para fazer um publi, fulano que comprou uma mansão de não sei quantos milhões. A influenciadora que agradece a Deus porque perdeu um quilo durante a gravidez. O coach que anuncia que foi contratado quando só fez um piloto de programa. A famosa que faz questão de mostrar que viaja com uma dúzia de malas como se isso fosse prova de riqueza. É tudo raso, superficial, gauche.

Nesse ambiente tão artificial, é preciso celebrar a humanidade que César Tralli demonstrou ao vivo. Porque ninguém aguenta mais tanto fingimento, tanta mentira. Tanta gente pequena querendo parecer maior do que é. Tanta gente desinteressante gritando por atenção.

Por tudo isso, temos que agradecer a César Tralli por nos lembrar, neste final de ano, que as coisas mais importantes da vida são aquelas que não se podem medir, não se podem comprar nem ostentar nas redes sociais.

Rosana Hermann

Rosana Hermann é jornalista, roteirista de TV desde 1983 e produtora de conteúdo.

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