'Divertida Mente 2' no Brasil: A dublagem de milhões
Ansiedade, animada por Tata Werneck, é uma verdadeira lição para quem assiste
O filme "Divertida Mente 2" já faturou US$ 800 milhões e está no caminho para atingir um bilhão. Sim, a cifra de um bilhão imediatamente nos faz pensar em "Barbie", longa-metragem que chegou a esse marco impressionante de bilheteria. Mas "Barbie" é um filme com atores reais, e "Divertida Mente 2" é uma animação, o que transforma seu sucesso em algo ainda mais impressionante. Como pode um desenho animado levar tanta gente aos cinemas de todo o mundo?
A reposta é simples: porque ele fala das coisas mais básicas de todos nós seres humanos: nossas emoções. E que, apesar de tão universais, são tão pouco compreendidas.
O filme conta a história da personagem principal, a menina Riley. Através dela, descobrimos que todas as emoções têm funções importantes no nosso equilíbrio mental.
Na primeira edição de "Divertida Mente", conhecemos as cinco emoções mais primárias, que já foram chamadas pela psicologia de "The big 5": Alegria, Tristeza, Raiva, Medo e Nojo (chamada de Nojinho na versão nacional). Isso porque Riley era uma criança. Agora, ela entra na pré-adolescência e suas emoções evoluem, ficam mais sofisticadas com as novas experiências e desafios sociais. Assim, entram em cena cinco novas emoções, mais complexas: Inveja, Tédio, Vergonha, Nostalgia e a protagonista Ansiedade.
E é aqui que o Brasil brilha.
Na verdade, o Brasil já estava representado na obra porque a carioca Bruna Berford faz parte da equipe de animadores de "Divertida Mente 2". Mas o grande acerto para o público brasileiro foi a escolha do elenco da dublagem. Começando com a Alegria.
A atriz Miá Mello é simplesmente perfeita. A alegria em pessoa! Fábio Porchat, amigo e parceiro de Miá em grandes sucessos do teatro e do cinema ('Meu Passado Me Condena') comentou no Twitter, falando do trabalho da amiga: "Só podia ser você no Brasil". Exato, a Alegria de "Divertida Mente" sempre será Miá.
Katiuscia Canoro segue sendo a fofíssima Tristeza, uma querida. Dá vontade de colocá-la num potinho e levar para casa. Dani Calabresa faz novamente a Nojinho, Léo Jaime dubla a Raiva e Otaviano Costa faz o Medo.
As novas emoções trazem boas surpresas:
A dubladora Gabi Milani faz a gente se apaixonar pela Inveja. A atriz Eli Ferreira entrega tudo ao engraçadíssimo Tédio; o dublador Fernando Mendonça dá vida à Vergonha, personagem muito fofo, e a atriz e cantora Silvia Salusti arranca gargalhadas com sua Nostalgia.
E tem a grande protagonista da animação, a dona da coisa toda, a Ansiedade, animada por Tata Werneck, uma verdadeira lição para quem assiste. Primeiro porque a Ansiedade tem uma função importante como emoção. A Ansiedade, na dose certa, nos prepara para os acontecimentos futuros e ajuda a planejar reações a perigos, ameaças e problemas, antecipando cenários possíveis. O problema surge quando a dose de ansiedade é tão grande que ela passa a dominar todas as outras emoções, quando ela assume o controle da nossa mente.
Tata Werneck fez um trabalho profundo, belíssimo. As cenas mais intensas em que a Ansiedade ataca fazem a plateia ficar em silêncio. De alguma forma, todos se reconhecem ali.
O trabalho de Tata foi tão profundo que ela mesma se sentiu transformada. Numa entrevista recente, conta que se emocionou durante as dublagens. E que depois de se despedir de sua Ansiedade, saiu decidida a deixar a Alegria reinar. Sábia Tata. Deveríamos, todos nós, fazer o mesmo.
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