Dá licença de gostar da Angélica?
Postei numa rede social que eu era fã da apresentadora; claro, sempre tem gente do contra
Angélica vai fazer cinquenta anos no dia trinta de novembro e, de forma antecipada, foi homenageada no programa mais adequado possível: o Domingão do Maridão.
A celebração começou com o quadro Linha do Tempo e acertou logo de abertura, situando o ano de nascimento da artista, 1973, situando o Brasil no terrível período da ditadura militar. A partir daí foi um grande desfile de lágrimas, memórias, marcos históricos do nosso país e de sua carreira, convidados e testemunhas de seus sucessos, especialmente o grande marco do Clube da Criança na extinta TV Manchete.
Foi lá, no começo dos anos 90 que conheci Angélica. Uma graça de menina. Eu trabalhava no programa Almanaque como redatora e repórter de um quadro de humor e também no Show Business. No final de 1994, quando ela já era uma jovem estrela, fui fazer uma entrevista com ela, para mostrar o lado empresária da apresentadora, que tinha uma grife de roupas infantis. No final da entrevista contei a ela que eu tinha acabado de ter uma bebê. Angélica, então, foi até uma arara, pegou um mini biquíni de bebê e deu de presente para minha filha.
Esse gesto tão simples, de tanta gentileza, me cativou definitivamente. Porque ela é assim. Generosa, amorosa, educadíssima. Desde sempre.
Aos cinquenta, em sua homenagem, ela não deixou de cumprimentar todas as crianças, figurantes que participaram do quadro que reviveu sua participação no Chacrinha e foi atenciosa e carinhosa com todos os convidados.
Acompanhei sua carreira através dos anos, sempre torcendo por ela. E, ao longo desses trinta anos, acho que só dei uma bola fora no meu julgamento, mas bem fora mesmo: em 2003, quando ela fez "Sonhos de Verão" com Luciano Huck, achei que o tal "namoro" que teria começado nas filmagens fosse marketing do filme e postei isso no meu blog, Querido Leitor. Errei. Não era marketing, era paixão. Eles começaram de fato a namorar e, no ano seguinte, 2004, se casaram. Como bem sabemos, eles têm três filhos e estão juntos até hoje.
Nesse domingo, por causa da homenagem a ela, postei numa rede social que eu era sua fã. Muita gente que também estava acompanhando o programa também manifestou afeto, fez elogios. Mas, claro, como sempre tem gente do contra, alguém quase me censurou por externar meu sentimento, chamando Angélica de "patricinha", comentando todos os privilégios que ela tem como uma mulher bonita, rica, famosa. Comentei que ela nasceu de uma família simples, que seu pai era metalúrgico, mas não adiantou.
Sim, ela tem muitos privilégios, que ela própria reconhece. Assim como todos os famosos no Brasil e no mundo tem, sejam artistas, atletas, influenciadores, empresários. Mas somos nós que tornamos as pessoas ricas e famosas e privilegiadas. Somos nós, os fãs, os admiradores, que assistimos os programas, ouvimos os podcasts, acompanhamos os perfis de quem gostamos nas redes, vamos ao teatro, lemos os livros, vamos aos shows, consumimos de quem produz conteúdo. E não há nada de errado nisso.
Eu gosto da Angélica. E se isso desagrada ou decepciona alguém, sinto muito. Lamento que, para manifestar afeto por alguém nas redes, a gente agora tenha que pedir licença.
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