Todos os aplausos para Ludmilla
Enquanto tantos famosos só aparecem envolvidos escândalos, ela aliou arte e ação social
Ludmilla está de parabéns. De verdade. Num momento em que tantas celebridades, de diferentes áreas, estão sob os holofotes por motivos como traições, dívidas, escândalos, brigas, ameaças de prisão ou com a Polícia Federal batendo na porta, a cantora conseguiu aliar sua arte a uma ação social de extrema importância.
A artista, que já tinha sido embaixadora do banco de sangue do Hemorio em 2021, fez uma nova parceria neste mês: durante três dias —de 5, 6 e 7 de julho—, todos os fãs que doassem sangue na instituição ganhariam ingressos para o show "Numanice", que acontece neste sábado (8) no Estádio Nilton Santos, o Engenhão.
O poder da cantora nas redes sociais é bem conhecido. Só no Instagram ela tem uma base de 30 milhões de seguidores, quase o dobro da população de todo o estado do Rio de Janeiro.
E, por falar em dobro, o resultado da ação foi impressionante. Só no primeiro dia, os fãs dobraram o número médio de doações diárias. Na verdade, foi mais que o dobro: foram 500 doações só na quarta-feira (5), o recorde de toda a história do Hemorio, desde sua fundação em 1944.
As filas eram imensas. Alguns entrevistados disseram ter ficado sete horas aguardando a vez de doar sangue. E isso num dia de inverno em que a temperatura chegou a 15 graus em certos momentos, como publicou um fã ao mencionar que um amigo tinha vindo de Recife para fazer a doação no Rio de Janeiro.
Muitos estavam doando pela primeira vez, o que pode significar que doadores que foram estimulados primordialmente pela busca dos ingressos gratuitos para o show podem adquirir uma nova consciência e se tornarem doadores regulares.
Nas reportagens de TV, era comum ver a emoção de jovens que foram lá por causa do show, percebendo diante das câmeras a dimensão do bem que estavam proporcionando ao renovar o estoque de bolsas de sangue do Hemorio.
Apesar da longa espera, o clima era maravilhoso. Pessoas felizes, repetindo com orgulho que sabiam estar salvando vidas com essa atitude. Orgulho merecido, porque era exatamente isso o que essas pessoas estavam fazendo: depositando vida num banco que certamente salvará muita gente.
Em uma rede social, Ludmilla, que também doou sangue para a campanha, agradeceu e disse estar se sentindo grata e feliz. Além de todos os elogios que recebeu de colegas, fãs e de veículos de mídia, Lud também foi parabenizada publicamente no Twitter pelo Ministério da Saúde.
Assim como ela, outros artistas também usam seu poder de mobilização para ajudar o próximo. Fábio Porchat, que costuma promover ações sociais sem divulgá-las, desta vez pediu no Instagram que quem for ver seu show neste final de semana leve uma peça de roupa quente em bom estado para doar para a campanha do agasalho.
Essas ações, ainda que pontuais, em cidades como Rio e São Paulo, são passos importantes para conscientizar o público do papel social de todos nós. E mostram que, apesar dessa onda de influenciadores que só conseguem focar no lucro e no marketing pessoal, há sim muitas celebridades que devolvem para o público parte do que conquistaram com seu sucesso.
Há artistas e influenciadores que mantém escolas, hospitais, que ajudam na causa animal, ambiental, que criam ONGs e financiam projetos. No ápice da crise da pandemia, Whindersson Nunes, Marcelo Adnet, Tata Werneck e Richarlison, entre vários outros famosos, compraram e enviaram centenas de cilindros de oxigênio para hospitais de Manaus, onde a crise foi mais grave.
São muitas as pessoa que se mobilizam ao longo de todo o ano para fazer o bem. No site Monitor das Doações, por exemplo, há uma lista dos maiores doadores de 2023. Os primeiros listados são todas grandes empresas. Mas a primeira pessoa física que aparece é a podcaster, contadora de histórias e empresária Deia Freitas, conhecida nas redes como @naoinviabilize, um exemplo lindo de como usar a influência para crescer de forma comunitária.
Deia, que surgiu como um perfil no Twitter, transformou-se numa potência que leva com ela o poder de mobilizar muita gente para construir uma sociedade mais humana e mais justa. São essas pessoas incríveis, como Ludmilla, Fabio e Deia, entre tantos outros, que fazem com que a gente acredite que é possível fazer uma corrente do bem para que todo mundo possa viver com dignidade, feliz e "numa nice".
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