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Rosana Hermann

Ou o BBB 24 se reinventa ou vai ser eliminado

Esta foi a pior edição de toda a história do Big Brother Brasil

Aline Wirley, Bruna Griphao e Amanda no BBB 23
Aline Wirley, Bruna Griphao e Amanda disputam a final do BBB 23 - Reprodução/Globo
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Sabe quando várias pessoas alinhadas lado a lado dão um passo para frente e só uma fica parada? Pois foi isso que aconteceu com o Big Brother Brasil (Globo). O mundo mudou, todos foram adiante e, ao ficar parado, o reality ficou para trás.

Estamos vivendo um tempo acelerado, de grandes mudanças tecnológicas e comportamentais. Os novos modelos de linguagem, o rápido desenvolvimento da inteligência artificial, a queda de velhas redes sociais, o surgimento de novas plataformas, a conquista de novos espaços de grupos antes minorizados em nossa sociedade, tudo isso altera a forma como as pessoas consomem entretenimento e interagem com ele.

De um lado, estamos cada vez mais perceptivos e exigentes, e questões como o racismo, o machismo, a homofobia, a transfobia não são mais tolerados. Como disse Nice Amorim, em sua conta no BlueSky, "a edição do BBB 23 fez um apagamento desonesto sobre a maior pauta do programa, o racismo". E isso numa edição que teve o maior número de pessoas pretas participando.


De outro lado, como disse Jeje Cricri, que comenta o reality em suas redes, o maior desafio da direção do BBB é coibir os ataques e perseguições, cometidos por fandoms e administradores de perfis de participantes que stalkeiam quem critica ou apenas não apoia seus ídolos, em todas as redes. Torcidas não podem se comportar como facções, muito menos cometer atos infracionais. O programa precisa tirar os olhos apenas do seu "produto" e tomar consciência do que acontece aqui, do lado de fora.

Por falar em torcidas, como diz Lilian Fernandes, também no BlueSky, o sistema de votação não faz mais o menor sentido, pois as torcidas conseguem 'sequestrar' o sistema e forçar resultados.

A maioria dos críticos acredita que as dinâmicas do BBB 23 foram confusas, as edições perderam o nexo e o brilho e que, enfim, o formato está saturado. É uma opinião quase unânime: esta foi a pior edição de toda a história do Big Brother Brasil. Aliás, é mais do que uma mera opinião, os números provam o fato.

Paredões com baixíssima audiência, número de votos muito aquém de outras edições, menções positivas em redes sociais em queda. A única coisa que aumentou no BBB 23 foram as críticas. E, para não cometer uma injustiça, a parte realmente boa foi o quadro do Paulo Vieira, sempre criativo, provocador e genial.

Ao terminar o BBB 23, evidentemente o assunto BBB 24 já está em pauta, com possíveis nomes para "agitar" o programa. Mas, por enquanto, são especulações. Porque o problema não está apenas no elenco, nas provas e nos patrocinadores, no mundo DENTRO da casa, mas em tudo o que acontece do lado de FORA.

Se a emissora não quiser passar mais uma vergonha, se tiver como objetivo resgatar a audiência e renovar de fato o formato, a direção do BBB vai ter que ouvir os comentaristas, os críticos, os telespectadores e implantar mudanças. Porque uma coisa é certa: nós podemos simplesmente parar de ver o BBB, porque temos todas as plataformas de video, todas as redes sociais, todas as plataformas de streaming, todos os canais por assinatura, todos os reality shows do mundo como alternativa de entretenimento.

Mas e a Globo? O que ela tem para substituir o Big Brother, programa de maior faturamento na emissora? Por enquanto, nada.

Ou o BBB 24 se reinventa ou vai ser eliminado no próximo paredão.

Rosana Hermann

Rosana Hermann é jornalista, roteirista de TV desde 1983 e produtora de conteúdo.

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