Renato Kramer

'O rancor é você tomar uma colher de veneno e esperar que o outro morra', diz João Vicente 

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"É bem uma frase de Facebook, mas é isso mesmo", declarou o comediante João Vicente no "Papo de Segunda" (GNT) desta segunda-feira (28), no bloco que tratou sobre o perdão.

"Às vezes você fica preso em um passado de bobeira, em um passado que não tem nada a ver com a outra pessoa", acrescentou Marcelo Tas. E Vicente retomou a palavra: "Claro que eu prefiro ser perdoado, é mais prazeroso. Mas perdoar é difícil para caramba, não é tão simples você perdoar", arrematou.

"Pedir perdão é muito difícil e muito saudável", concluiu Tas.

O terapeuta familiar Moises Groisman (autor de "A Arte de Perdoar") deu o seu depoimento, esclarecendo que o perdão não só é importante para a saúde mental como para a saúde física. "Já foi provado em pesquisas que a mágoa, a raiva retesada, mantida no seu interior pode levar a doenças físicas e até a doenças mentais", afirmou o terapeuta.

E Groisman ainda ressaltou: "O perdão é um processo terapêutico importante, difícil e doloroso. Não é fácil. O que você pode é tentar compreender a pessoa, ouvir as razões de quem cometeu aquele ato". E sentenciou: "Porque o ato já foi realizado, não tem jeito. Aquele ato já está marcado na vida de cada um".

Moises deixou uma pergunta estratégica para os apresentadores: se eles acham possível a manutenção de uma relação amorosa depois de haver uma traição de uma das partes. "Claro. Se não ninguém era mais casado, não", apressou-se em responder João Vicente. "A instituição do casamento é maior que isso, amigão", completou.

"Em geral sim, às vezes não", discordou Léo Jaime. "Às vezes não acontece isso, e o casamento dança", concordou Tas. "Primeiro é preciso que a pessoa peça perdão. E olhando nos olhos e dizendo exatamente o que ela tá sentindo. É preciso que ela sinta a sua dor também", argumentou o cantor.

Tas levantou a questão da gravidade do delito. "Quebra de confiança, por exemplo. Quando há uma quebra de confiança entre duas pessoas que se amam, seja um casal ou amigos, você tem que mergulhar naquele buraco. Se for resolver rapidamente, não funciona", disse o apresentador.

E Marcelo ainda deu uma lista de benfeitorias que acompanham o ato de perdoar: melhora a pressão arterial, reduz o risco de depressão, aumenta a expectativa de vida, diminui o colesterol, melhora o sistema imunológico e o sono. "E você aí comendo couve, tomando suco verde", brincou Tas. "Clorofila não resolve", concordou Xico Sá. "Volta a couve para feijoada e vamos perdoar", concluiu Marcelo Tas.

 

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"

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