Renato Kramer

Garota de Ipanema, Helô Pinheiro conta que avó fazia campanha para que se casasse virgem

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"Você tem saudade daquela época?", perguntou o apresentador Danilo Gentili para Helô Pinheiro no "The Noite" (SBT) da última terça-feira (15), referindo-se aos anos 1960, quando ela se tornou musa da canção internacionalmente conhecida "A Garota de Ipanema" (Vinicius de Moraes/Tom Jobim).

"Eu tenho saudade", confessa Helô. "Principalmente porque era jovem. Quando você é jovem, não tem aquela noção de perigo, das coisas que podem vir a acontecer. Minha mãe sempre dizia, quando eu ia me maquiar: 'para quê, minha filha? Você é jovem, a juventude é tudo na vida. Você só vai dar valor a isso quando você estiver mais velha'. E, hoje, eu dou valor realmente", confidencia a eterna "Garota de Ipanema".

E acrescenta: "Quando a gente é jovem a gente é bonita, linda. Não existe mulher jovem feia", afirma Pinheiro. A empresária relembra que a sua família era muito tradicional, seu pai era militar. "Minha avó me dizia sempre: 'minha filha, não entrega o tesourinho. Se você entregar o tesourinho antes do casamento, pode ter certeza de que o rapaz vai embora'", contou sobre a campanha de sua avó para que a menina Helô se casasse virgem.

Gentili quis saber se a avó de Helô chegou a vê-la na revista Playboy. "Infelizmente ela já tinha falecido, mas o meu pai viu", relembra a modelo. Helô Pinheiro pousou a primeira vez para a revista em 1987, com textos poéticos de Tom Jobim. Em 2003, saiu novamente na capa da mesma revista junto com a sua filha Ticiane Pinheiro, com legendas assinadas por Toquinho.

"O título de Garota de Ipanema trouxe que benefícios?", quis saber Danilo. "O Garota de Ipanema me ajudou com a fama. Fiquei muito conhecida, inclusive lá fora, e algumas coisas estavam sempre linkadas ao título, mas eu não enriqueci", afirma categoricamente Helô. 

E acrescenta: "Nunca na vida eu quis ganhar alguma coisa com isso. Às vezes me diziam: 'ah, você tem direitos da música?' Não porque eles (Vinicius e Jobim) que fizeram a música. O direito é deles, não meu", conclui Pinheiro.

Gentili quis saber, então, qual a versão preferida da sua música tema. "Ah, o Frank Sinatra cantando com o Tom Jobim no Carnegie Hall (USA – 1967) é demais. Mas o Peri Ribeiro, que foi o primeiro a gravar, tem uma voz linda e canta muito bem. No Brasil o Peri Ribeiro", declara Helô.

"Ainda hoje, em muitos lugares que eu chego, as pessoas tocam "A Garota de Ipanema", e eu tenho uma sensibilidade bem à flor da pele", confessa Helô Pinheiro. "Imagina: Frank Sinatra e Tom Jobim cantando a sua beleza, cantando a sua graça. É demais", diz Danilo Gentili.

 

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"

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