Renato Kramer

Gugu apela até para o 'Pintinho Amarelinho' (de novo) na volta à TV

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Augusto Liberato voltou à telinha na quarta-feira (3) sem nada de muito novo no programa "Gugu" (Record). E com muita coisa velha, com direito até a "Pintinho Amarelinho" na abertura. 

Para iniciar o apresentador usou como "chamada mistério" o fato da comediante Dercy Gonçalves (1907-2008) estar ou não enterrada em pé. E foi com a sua produção até o mausoléu (Santa Maria Madalena, RJ) de Dercy, acompanhado pelos amigos Julinho e Nestor e pela única filha da comediante, Dercimar Gonçalves Senra. Apelativo, mantendo o estilo popularesco dos seus programas.

O que vale é que, até chegar ao desfecho da exaustiva questão da posição do sepultamento, o "Gugu" apresentou uma importante retrospectiva da carreira de Dercy Gonçalves.

 

A comediante, célebre por suas entrevistas desbocadas e sem papas na língua, foi uma grande desbravadora do humor nacional, abrindo muitas portas especialmente para a conquista do lugar da mulher na comédia brasileira.

Quanto ao fato de Dercy ter desfilado com os seios à mostra no desfile da Viradouro (RJ - 1991), Dercimar afirmou que a sua mãe não colocou os seios para fora. É que o vestido dela deveria ter uma armação de arame, que não teve, então quando Dercy levantou o braço para saudar o público o vestido desceu.

No final do desfile, ao descer do carro alegórico, Dercy declarou: "Agora tá tudo bem, tudo maravilhoso ---mas se a gente despenca lá de cima se fode de verde e e amarelo!".

Trechos inéditos de um programa que a comediante gravara para o SBT ("Fala Dercy") também foram exibidos.

Enquanto isso, uma reforma no salão de beleza de Julinho do Carmo era feita homenageando Dercy Gonçalves, aproveitando o ensejo para os "merchands" necessários ao programa.

A amiga Magdala Feijó é quem ficou encarregada de desvendar o mistério: "Dercy é uma estrela que virou Luz!", declarou.

Gugu enrolou tanto com a história do sepultamento que foi impossível não lembrar da esquete da nova temporada do "Tá no Ar" (Globo), na qual Marcelo Adnet apresenta um programa sensacionalista que passa todo perguntando "o que tem dentro da caixa?".

Ao som de uma trilha um tanto sinistra, o túmulo é aberto com dificuldade e vê-se o caixão na posição vertical. Magdala confessa que o caixão primeiramente teria sido deixado em pé. Mas que num segundo momento, ela própria assumiu o comando do enterro e modificou a história. "Eu fiquei com pena. Eu pedi: deita aí o caixão. Deixa ela descansar em paz!".

No último vídeo gravado com a humorista 48 horas antes de morrer, Dercy Gonçalves faz um pedido ao "Homem do Baú": "Silvio, aranja um programa para eu trabalhar. Não sei viver sem trabalho. Eu acho que a vida só é interessante na luta. A vida é luta, e lutando é que se vence", declarou a grande comediante aos 101 anos de vida.

Bruno e Barretto

Na sequência, a nova dupla sertaneja do momento, Bruno e Barretto, foi chamada ao palco e surpreendida com depoimentos emocionados de familiares. A dupla comentou sobre a polêmica apresentação que fizeram no "Encontro com Fátima Bernardes" (Globo) com a canção "Farra, Pinga e Foguete", que lhes rendeu a alcunha de "primeira dupla sertaneja fanha" nas redes sociais. Barretto alegou que o que aconteceu foi que não houve tempo de passar o som antes do "Encontro" entrar no ar.

Enquanto isso ("abro a caixa ou não abro?") um homem caracterizado indiano flutuava no palco. Como ele conseguia? Só no próximo bloco! No final, uma armação de ferro que formava uma cadeira demonstrou que não havia nada de exotérico no número.

Claro que não faltou uma trasformação capilar para duas meninas do auditório com um produto de patrocinadores. No "grand finale", claro, teve "Baile dos Passarinhos". "Gugu": ame-o ou deixe-o. 

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"

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