Renato Kramer

Me deu vontade de ser biscate agora!, afirma Ratinho ao saber quanto pode ganhar uma garota de programa

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O "Programa do Ratinho" (SBT) da última quarta-feira (15) discutiu o assunto do momento: o famigerado "book rosa" citado na novela "Verdades Secretas" (Globo).

Entre os seus convidados para o debate estavam Lígia de Paula, presidente do SATED (Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões) de São Paulo, e o empresário ex- Fazenda Oscar Maroni.

Foi ele que segredou ao apresentador que uma profissional do sexo pode tirar entre 25 e 30 mil reais por mês, ao que Ratinho reagiu com espanto e galhofa: "Rapaz, deu vontade de ser biscate agora!".

Uma garota de programa que ficou atrás de um biombo e usou o nome fictício de Vanessa também afirmou receber entre 20 e 30 mil por mês. "O que que é isso, gente? Ô, povo caro!", soltou Ratinho. "E a turma fala que é vereador que ganha bem!". E virando-se para o seu ajudante de palco escancara: "Marquito, larga mão de ser vereador e vai ser biscate que dá mais dinheiro!".

E o apresentador parecia bastante à vontade com o tema e seus convidados. Maroni pergunta se pode levar de presente a caneca com o símbolo do "Programa do Ratinho", ao que ouviu do próprio: "Pode. Até porque um dia eu trouxe uns dois copos lá do Bahamas (casa noturna de Oscar Maroni)!". "Tá vendo só? O Ratinho é 'book rosa'!", retrucou o empresário.

Diretamente de Miami (USA), Marcus Panthera, dono de uma grande agência de modelos, deu seu depoimento através do skype. "Esse senhor que acabou de falar (Maroni) conhece muito do mercado dele, do meu mercado ele não conhece nada. Então ele tá falando besteira. Eu tenho 36 anos de mercado, trabalho no mundo inteiro, mas não tô aqui pra entrar em discussão com ninguém – só pra falar da realidade de um mercado que eu conheço", desbafou.

Oscar, retomando a palavra, rebate com ironia: "O rapaz lá de Miami...Leão? Como é o nome dele? Pantera, Leão, Onça – eu não falei besteira, eu falei a realidade que é nossa do dia a dia. É bem diferente de você ficar na teoria. Eu faço questão de denunciar aqui os 'books' que as agências cobram 4, 5 mil reais dos modelos!"., conclui.

Entra em cena um modelo que afirma fazer o "book azul": Arthur Zanety. "Fui a um evento como modelo comercial e surgiu o convite para eu fazer...era o triplo do cachê que eu ia receber. E assim, todo o mundo sabe onde o calo aperta", argumentou. "Não critico quem não faz...mas na verdade existem duas profissões: ou eu sou modelo, ou eu sou garoto de programa. Eu sou modelo e garoto de programa – tenho duas profissões", assumiu Zanety.

Oscar põe lenha na fogueira: "E existem algumas que são atrizes de televisão! São profissões", cutuca. Um colaborador do programa entra então para apimentar ainda mais a conversa, afirmando que o ator Reynaldo Gianechinni teria confessado ter sido procurado para fazer o 'book azul' quando modelo mas não aceitara. E que a 'personalidade da mídia' Geise Arruda só não o faz por vergonha dos seus pais. "Ela falou, tem a declaração dela, não é mentira!", assegura.

O ser humano não é muito surpreendente. Mas não custa lembrar o óbvio: uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"

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