Renato Kramer

'Altas Horas' abre homenagens aos 50 anos da Jovem Guarda

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"Hoje, o primeiro programa 'Altas Horas' [do ano] é uma homenagem à Jovem Guarda. Com a gente aqui, Wanderléa!", anunciou Serginho Groisman na abertura dos trabalhos de 2015 no último sábado (3).

"2015 é o ano que vai comemorar 50 anos da Jovem Guarda", declarou o apresentador. "E é incrível, a Wanderléa fez a gentileza de trazer uma roupa autêntica da época. E o impressionante e maravilhoso é que ela coube certinho na roupa 50 anos depois!". A plateia jovem aplaude fervorosamente a cantora que em 1965, aos 19 anos, se tornava a rainha da Jovem Guarda, a explosão do "iê, iê, iê" no Brasil.

A "roupa autêntica" que Wanderléa usava era um minivestido preto com uma gola à la Barbarella e um par de botas salto alto e cano acima dos joelhos. Com a sua característica cabeleira de leoa, a Ternurinha não só mantém o manequim como também a jovialidade, a graça e o carisma de quando enfeitiçava os 'brotos' nas tardes de domingo da Record, ao lado de Roberto e Erasmo Carlos no programa "Jovem Guarda". "É o Tempo do Amor", "Boa Noite", "Exército do Surf" e "Prova de Fogo" é o medley que a cantora apresenta de início, com direito à mãozinha no quadril e tudo.

Eduardo Araújo, que fez parte do que se tornou o maior movimento musical pop brasileiro, aparece para contar que ainda é "O Bom": "Meu carro é vermelho, não uso espelho pra me pentear, botinha sem meia, e só na areia eu sei trabalhar", diz a letra do seu maior hit. No telão, uma homenagem póstuma à esposa de Eduardo, e também grande cantora da Jovem Guarda, Silvinha (1951 - 2008), que estourou na época com a doce "Minha Primeira Desilusão".

Ainda dos "originais", entra em cena o eterno rival de Wanderley Cardoso: Jerry Adriani, que canta o seu sucesso "Doce, Doce Amor", composição do então grande amigo pessoal Raul Seixas (1945 - 1989). Para demonstrar o quanto o seu timbre lembra o do também saudoso Renato Russo (1960 - 1996), Serginho pede a Jerry que cante "Será". Esta sim, a plateia do "Altas Horas" conhece e canta junto.


Alguns cantores de outras praias foram prestar sua homenagem à Jovem Guarda. Supla canta "Eu Sou Terrível", do rei Roberto Carlos, que aparece no telão cantando a mesma canção em flash do filme "Roberto Carlos em Ritmo de Aventura" (1968). Também da trilha do filme, Lafayette (que foi tecladista de Roberto) e seus Tremendões cantam a deliciosa "Você Não Serve Pra Mim".

O ator e cantor Arthur Aguiar (o Duca de "Malhação") chega para cantar um clássico do rei: "É Proibido Fumar". As meninas deliram. Vina Calmon (Cheiro de Amor) canta talvez o primeiro grande hit na voz do rei: "Splish, Splash" (Bobby Darin/Murray Kaufman - versão Erasmo Carlos). Os meninos deliram.

Di Ferrero (NX Zero) canta "Pode Vir Quente que Eu Estou Fervendo", de Carlos Imperial e Eduardo Araújo, que aproveita para fazer um rápido dueto com Ferrero. Felipe Cordeiro entra em cena para cantar um sucesso pré-Jovem Guarda: "Marcianita", hit do ídolo dos anos 50 Sérgio Murilo, mais tarde regravada por Léo Jaime. MC Sapão também marcou presença com a melódica "Negro Gato" (Getúlio Côrtes) do disco de Roberto Carlos de 1966. No telão o rei da Jovem Guarda aparece todo de preto cantando a canção em vídeo da época.

Para encerrar, um trecho do filme "Roberto Carlos e o Diamante Cor de Rosa" (1969), onde Wanderléa aparece belíssima cantando "Você Vai Ser o Meu Escândalo", de Roberto e Erasmo Carlos. A cantora se emociona. "Não mudou nada! É a nossa ternurinha de sempre!", afirma Serginho Groisman enquanto o público a aplaude.

Wandeca canta então o seu hit máximo: "Pare o Casamento" (Resnick/ Young - versão Luís Keller). "Senhor juiz, isso não se faz, todo o mundo sabe que eu amo esse rapaz. Por favor, pare agora, senhor juiz, pare agora!". E, 50 anos depois, o "senhor juiz" ainda atende ao apelo da musa da Jovem Guarda. Coisas de rainha.

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"

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