A série "Milagres de Jesus" (Record) apresentou nesta quarta-feira (7) o episódio "A Cura de Um Menino Possesso", em mais um roteiro de Renato Modesto.

Uma espécie de "fera" ataca os animais e assusta moradores de uma aldeia até que Eminus (Danilo Sacramento), um destemido agricultor, consegue capturá-la.

Auzate (numa ótima atuação do jovem Pablo Mothé) é um menino curioso e se aproxima da jaula onde está a tal fera e é hipnotizado por ela, tornando-se assim "possuído".

O "demônio" tenta tirar a vida do menino e a sua mãe Adira (Janaína Ávila) consegue salvá-lo, mas adoece e morre. Keila (Carla Diaz em boa atuação), amiga da família, se oferece para cuidar de Auzate e acaba se envolvendo com o viúvo Oséias (num bom trabalho de Bruno Padilha).

Pai e filho são banidos da aldeia e atravessam o deserto para ir de encontro a Jesus e seus discípulos, que tentam curar o menino e não conseguem. Oséias implora para que Jesus intervenha e Ele cura o menino na mesma hora.

Intrigados, os apóstolos perguntam para Jesus porque eles não tinham conseguido a cura do menino. Jesus os acusa de serem homens de pouca fé. E os adverte de que, quando tiverem uma fé do tamanho de um grão de mostarda, poderão mover montanhas.

Afora um certo estranhamento nas falas do personagem Jesus, que pareciam um texto declamado, sem naturalidade, o episódio desta quarta de "Milagres de Jesus" acertou em cheio.

Os diálogos fluentes de Renato Modesto, a atuação verossímil dos atores —com a grata surpresa do "menino possesso" Pablo Mothé, a ambientação cenográfica junto aos figurinos e à maquiagem da melhor qualidade, fizeram de "A Cura de Um Menino Possesso" um dos melhores episódios da série. Mérito também, é claro, da direção sensível de João Camargo.

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"