'CQC' volta mais com mais conteúdo, mais humor e muito mais acidez
O "CQC" (Band), que reestreou nesta segunda-feira (17), retomou quadros clássicos e trouxe novidades, tanto na bancada quanto nas atrações.
Sempre muito bem conduzido por Marcelo Tas, o apresentador tem agora ao seu lado, além do carismático Marco Luque, a boa comediante Dani Calabresa — que contribuiu com um humor mais leve do que o costumeiro, trazendo um bom equilíbrio para a bancada do programa.
Quadros clássicos e impactantes como o "Proteste Já" e o "Top Five" estão de volta com força total. No "Top Five", Ana Maria Braga se viu em papos de aranha ao demonstrar o tamanho de um cará gigante. No "Proteste Já", Oscar Filho quase apanhou de um jornalista (Gil Sobreira), que teria feito uma denúncia em relação a eventuais desvios de dinheiro da prefeitura de Esperantina (Piauí), mas que depois se arrependera e voltou atrás. E ele não só ameaçou o repórter como xingou até a mãe de Oscar.
Na tocaia para ouvir o argumento do prefeito Lourival Bezerra, Oscar quase foi atropelado pelo carro que levou a autoridade estrada afora para não ter que dar satisfações ao repórter. O objetivo do quadro é excelente. Mas mesmo que esteja defendendo a "justiça", a postura do repórter, que poderia ser apenas firme, corre o risco de parecer um tanto arrogante.
Assim como ficou exageradamente ácida a participação da nova integrante do grupo, a talentosa Naty Graciano, que substituiu Monica Iozzi (agora no "BBB14"). Tudo bem que se tratava de uma espécie de "prova de fogo" para ver se a candidata seria contratada ou não. Mas foi mais constrangedor do que divertido ver a situação embaraçosa em que a repórter deixou a cantora ex-RBD Dulce Maria e o próprio deputado federal Paulo Maluf. "Você está me fazendo sentir saudades da Monica Iozzi", declarou o deputado, queixando-se da ostensiva impertinência das perguntas de Naty.
Embora com ela se tratasse de um teste, o mesmo já não ocorria com o repórter Guga Noblat, que também exagerou em suas intervenções nos corredores do Planalto. Fosse menos incisivo e talvez os "entrevistados" pudessem dar alguma réplica, mesmo que capenga, sobre as questões levantadas. Assim o público teria a chance de julgar. Da forma exageradamente enfática que as abordagens estão sendo feitas, o entrevistado se nega a responder o que quer que seja e fica no ar um certo ranço pretensioso, estilo "olha como eu sou esperto e como você é um babaca".
Ganhou com isso o jeito mais maneiro de Felipe Andreoli entrevistar celebridades, inclusive o Felipão (Luiz Felipe Scolari) de bom humor e tudo, em camarote do carnaval no Rio e de conduzir o quadro "Sem Filtro", que discutiu a violência nos estádios sob o olhar afiado das crianças. Boa pedida foi também o novo quadro "50 por 50", apresentado por Maurício Meirelles, que recebeu o alto astral de Fábio Porchat na sua estreia.
Interessante, e muito preocupante, foi o quadro "Olho por Olho", também apresentado por Maurício Meirelles, que mostrou os possíveis golpes administrados por prestadores de serviço (como alguns taxistas e vendedores ambulantes) aos turistas estrangeiros no Brasil. Foi feio ver um vendedor de espetinho de camarões em uma praia do Rio de Janeiro vender um por R$ 50, quando viu tratar-se de uma turista, enquanto o preço verdadeiro era apenas R$ 5. Imagina na Copa!
"Custe o Que Custar": ame-o ou deixe-o! O "CQC" voltou mais rico em conteúdo, mais cheio de graça e muito mais ácido.
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