"O Mundo Segundo os Brasileiros" mostra prazeres e tristezas de Munique
"O Mundo Segundo os Brasileiros" (Band) desta segunda-feira (21) trouxe à tona os prazeres e as tristezas da cidade de Munique (Alemanha).
O maestro Gustavo, 32, há pouco mais de quatro anos na cidade, informou que um músico para tocar nas ruas de Munique precisa ser aprovado por uma comissão. E assim mesmo ainda tem que tirar uma permissão diária, caso contrário a multa é bastante alta. Em seguida, o jovem maestro dá um pequeno concerto em uma espécie de Centro Cultural chamado Gasteig. Brilhante.
A jornalista Flávia, 31, está em Munique há apenas quatro meses, mas mostrou que sabe pechinchar no mercado aberto de Messestadt Ost. Depois pega o metrô, cuja passagem custa 5,80 euros (R$ 17,40) e se dirige para o monumental estádio Allianz Arena (obra orçada em 340 milhões de euros) para acompanhar um jogo entre o Bayern München e o Hannover.
Flávia fica no lugar destinado aos jornalistas, próximo à torcida do Bayern que toma conta do Allianz. Sorte dela que o Bayern faz dois a zero! Na saída, um breve lanche com a salsicha tradicional alemã, acompanhada de pão e molho, por 4 euros (R$ 12). E, é claro, uma boa cerveja tradicional de Munique: Paulaner (mais 4 euros).
Falando em cerveja, no país cujo consumo é o terceiro maior do mundo, aparece o jovem estudante Mathias, 20, em Munique há um ano e dois meses. Ele se dirige à Theresienwiese onde ocorre a famosa Oktoberfest --a maior festa da cerveja do mundo. Fundada em 1810, a festa reúne mais de 6 milhões de pessoas por ano, que consomem por volta de 7 milhões de litros de cerveja, segundo informações da produção do programa.
Para entrar melhor no clima, Mathias compra logo na entrada um chapeuzinho verde bem característico: 22 euros. "Aqui dentro é mais caro", comenta o jovem. Quando lhe pedem para comparar as cervejas de lá e de cá, o moço abre um sorrisão e solta sem cerimônia: "A cerveja melhor? Aqui, né? A cerveja do Brasil é água!". Mathias encontra um bando de brasileiros e já vai se enturmando por ali mesmo.
Em Neuhausen, a também estudante Mey, 25, faz uma visita ao Palácio Nymphemburg (Palácio das Ninfas). Belíssima arquitetura, toda restaurada e com sua decoração barroca original, segundo a moça, esse palácio foi construído em 1675 e é propriedade da Casa de Wittelsbach, a família real da Baviera.
Na saída, Mey pega um táxi mas não aconselha. "Taxi em Munique é consideravelmente caro. É melhor usar o transporte público, porque aqui é bom, barato e funciona!". Então tá. Mey se dirige ao centro de Munique, onde janta num restaurante muito badalado. O prato da casa, acompanhado sempre de uma boa cerveja, fica em 22,50 euros (R$ 67,50).
Ao sair, Mey passa pela famosa Rua Leopoldo, onde vários artistas expõem suas obras e ainda se vê a estátua "Walking Man", do norte-americano Jonathan Borofsky. A estátua é de fibra de vidro e tem 17 metros de altura. "A posição da estátua é como se ela estivesse fazendo o cumprimento dos nazistas. Mas é muito polêmico, tem que cuidar muito até com o uso das palavras, porque os alemães não gostam de conversar sobre a guerra e sobre Hitler", confidencia Mey. "Então, começar a indagar se existe uma mensagem subliminar nessa estátua seria bem complicado", conclui.
Já o diretor de turismo Raphael, 36, não tem como fugir do assunto: ele é convidado a mostrar o primeiro campo de concentração nazista, que fica em Dachau, a 16 km do centro de Munique. "Vou falar de uma história que ninguém gosta de falar, que é a história dos nazistas", declara ele.
Para chegar à Dachau, Raphael passa no posto de gasolina, self-service, e abastece o carro. O litro da gasolina está 1,60 euros (R$ 4,80). Na autoestrada, não há velocidade máxima exigida, apenas é recomendada 130 km por hora, mas cada cidadão decide por si.
No portão de ferro da entrada do primeiro campo de concentração nazista, uma inscrição no mínimo irônica: "O Trabalho Liberta". Hoje um grande memorial, Dachau funcionou de 1933 a 1945. Rapahel passeia por diversos ambientes tenebrosos que, por mais que já tenhamos visto em filmes e documentários, não deixamos de renovar a tristeza e a indignação pelo horror acontecido. "Quase um milhão de pessoas morreram nesse lugar. É um lugar que tem uma energia um tanto pesada", comenta o diretor de turismo.
Saindo de Dachau, Raphael se dirige à Garmisch, onde é recebido por uma pequena banda que toca alegremente a "Garota de Ipanema" em inglês. Mas é inútil... Ninguém consegue ficar alegre depois da visita à Dachau.
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