Renato Kramer

Famílias de "Perdidos na Tribo" deveriam ganhar mais que BBBs

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

No compacto deste domingo do reality "Perdidos na Tribo"(Band), as famílias tiveram que dar um passo adiante na interação com as suas respectivas tribos: abandonarem as roupas ocidentais e vestirem a indumentária local.

Bruna e Juliana, da família Menendez --que está na Namíbia com a Tribo Himba, foram levadas para dentro de uma das 'casas' e, com a ajuda de diversas nativas fizeram a transformação.

Quando saíram, onde os homens as aguardavam, estavam quase perfeitas Himbas. 'Quase' porque, na verdade as nativas usam os seios de fora e as meninas ficaram com os seus discretos mas visíveis bustiês. Não sei... mas com tudo o que eles têm enfrentado nessa maratona desvairada, ficar com os seios nus não me pareceu que fosse tão dramático assim. E depois, ambas são maiores de idade. Enfim...

Os homens Himbas gostaram muito do que viram. Juliana foi quem mais brigou para não tirar o sutiã. Bruna declarou momentos depois que ficou muito envergonhada com aquelas roupas: não se achou bonita! A verdade é que "na rua, na chuva ou na fazenda" a mulher quer sempre se sentir bonita!

Mas quem mais deu 'piti' por causa do traje nativo foi o irmão das meninas, o estudante Guilherme. É bem verdade que o modelito não lhe caiu muito bem, mas não era para tanto. O moço teve uma crise nervosa, colocou a sua bermuda e a sua camiseta e desandou a chorar copiosamente, alegando que não queria colocar aquela roupa. Depois teve o apoio da família, especialmente do pai, e acabou cedendo. Mas visivelmente contrariado.

Os Sackiewickz se saíram melhor na troca de indumentária. Nenhum grande trauma. Talvez porque a roupa da Tribo Hamer cobre mais a pessoa. Eles podem ter-se sentido mais seguros. O estudante de gastronomia Alexandre é que tem pago todos os seus pecados com uma cirurgia recente que fizera no joelho. Desta vez a missão era subir numa árvore e pegar o mel que estava num favo bem lá no alto.

O rapaz foi subindo com muita dificuldade. Até que as abelhas começaram a perseguir os intrusos. Os nativos, pernas pra que te quero, em dois minutos estavam longe dali. Alexandre pediu socorro ao irmão Vitor que estava por perto para ajudá-lo a descer, já que se simplesmente pulasse estouraria o seu joelho novamente.

Já com a família Oliva, o problema não foi bem com a roupa. O jornalista Marco Oliva precisou ir à cidade fazer exames de saúde, qualquer coisa com os rins. Mais por prevenção, advertiu ele, enquanto partia. A questão é que se, pelo resultado dos exames, as coisas complicarem, toda a família terá que voltar e assim perder a competição já quase no final. Eles esperam que isso não aconteça.

Quanto à indumentária, a administradora Kátia Oliva também defendeu o seu sutiã, mas com uma estratégia divertida e bem humorada: "esse aqui só sai por um milhão!", disse ela para a nativa da Tribo Mentawai que queria tirá-lo. O filho Felippe achou melhor permanecer com sua sunga preta por debaixo da tanga Mentawai. A transformação não foi assim muito à risca!

Pelo que se sabe, a família vencedora ganhará duzentos e cinquenta mil reais. Que parece ainda poderá ser dividido caso haja empate. Sinceramente, se tem um reality que devia pagar mais que o "BBB" (R$ 1,5 milhão) e "A Fazenda" (R$ 2 milhões) é esse "Perdidos na Tribo"!

Além de ser o mais inusitado de todos, é o que faz com que as pessoas literalmente saiam de sua zona de conforto para tentar zerar credos e valores e aprender tudo novo, num esforço hercúleo de não carregar consigo ranços de nenhuma espécie: preconceitos, regras do seu grupo, valores aprendidos durante uma vida inteira (certos ou não), enfim... bota saia justa nisso!!!

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"

Final do conteúdo
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Ver todos os comentários Comentar esta reportagem

Últimas Notícias