Conheça a Barbie do Paraná, brasileira que disputa a versão adolescente do Miss Universo
Maria Eugênia Raposo, 18, representa o país em concurso mundial na República Dominicana
Desde que foi eleita Miss Brasil Teen, em novembro de 2022, a paranaense Maria Eugênia Raposo, 18, diz viver um conto de fadas desconstruído. Isso porque, além dos vestidos de princesa e da coroa de realeza, para ela o título de miss significa um caminho para ajudar sua família financeiramente.
"Fui criada com muito esforço e cuidado pela minha mãe e meus avós, e sou eternamente grata a eles por isso. Chegou o momento de devolver esse carinho, e estou nessa batalha", conta a jovem, em entrevista exclusiva para a coluna.
Consagrada pelos fãs, com mais de 30 mil seguidores nas redes sociais, ela agora está na expectativa para seu próximo passo no mundo miss: um concurso internacional. A modelo disputa no próximo dia 28 de abril, na República Dominicana, a final do Miss Teen Universe 2024 —a versão adolescente do Miss Universo.
Maria Eugênia diz estar tranquila diante do desafio. "Não estou tensa nem nervosa. Sinceramente, estou muito animada para viver essa oportunidade incrível. Vou conhecer muitas meninas, novas culturas, e aprendizados que vou levar para a minha vida inteira", diz ela, que terminou o ensino médio no final do ano passado e, desde então, está focada em sua preparação para o mundial.
"É bem puxado, mas estou bem feliz! Faço academia três vezes por semana, aulas de oratória, inglês e espanhol todos os dias. Ainda pego alguns trabalhos como modelo e também tenho uma alimentação mais regrada… apesar de ser literalmente viciada em chocolate e às vezes sair um pouco da linha", conta a miss, que mora em Altônia, cidade a 677 km de Curitiba.
Loira, branca, alta e bastante sorridente, a jovem é chamada pelos fãs de "Barbie adolescente", mas afirma que sua semelhança com a boneca é só física. "Acho que sou uma Barbie desconstruída, pois só pareço com ela quando estou performando como miss. Sou muito extrovertida e comigo tudo são flores. Não consigo ficar triste, é muito louco. Tenho muita fé e acho que a vida é maravilhosa."
A comparação com a boneca não a incomoda, pelo contrário. "Não acho ruim. Gosto da Barbie e brinquei com ela até meus 14, 15 anos. Mas sei que não sou perfeita e elegante toda hora como ela. Ser miss, sem dúvida, é uma evolução pessoal e aprendi muito a ser mais séria e comprometida com essa jornada. Mas também gosto muito de andar de chinelo, desmontada, sem maquiagem, e tá tudo bem. Sou de carne e osso".
Apesar do conto de fadas, Maria conta que, assim como a maioria dos amigos, também já sofreu bullying na escola. O principal motivo era o que hoje é um dos seus trunfos: seu estereótipo. "Me chamavam de pernas finas, girafa… Eu sempre tinha muita vergonha da minha altura, nunca gostei de usar tênis de plataforma, salto, ou qualquer coisa que fosse me deixar mais alta. Sempre que tinha que dançar na escola, meu par era mais baixo. Mas superei, aprendi a lidar com isso e hoje quero ser mais alta ainda", diverte-se.
Apesar de ser conhecida por toda a cidade de Altônia, que tem apenas 20 mil habitantes, a adolescente não se considera uma celebridade local. "Assim que eu ganhei o estadual, fui recepcionada por uma carreata com mais de 50 carros buzinando pela cidade inteira. Foi uma alegria gigante. Mas não sou celebridade, sou apenas uma menina que está conseguindo levar o nome da população dela para o mundo e que desperta e inspira em outras meninas a vontade de realizar sonhos", analisa.
"Todos me apoiam, me ajudam, principalmente meus amigos e família, com muito amor. Fizeram vaquinha e empresários da cidade também me ajudaram financeiramente. As pessoas sempre querem tirar fotos comigo nos eventos e as crianças me veem como uma inspiração. É uma responsabilidade grande, mas também muito divertido. Sou muito grata".
Se vencer o mundial, Maria quer seguir a mesma postura que teve em seu reinado de Miss Brasil Teen 2023 –concluído em em março passado, quando coroou como sucessora a sergipana Thielle Gois, 18. "Quero seguir nas ações sociais que faço em minha cidade, doando não só suprimentos, mas principalmente suporte e amor a quem precisa. Além disso, quero que outros adolescentes olhem para mim e vejam que tudo é possível, independente do tamanho da sua cidade, da sua origem, do seu perfil físico."
Além do título mundial, o sonho da miss é estudar medicina. Ela pretende entrar de cabeça nos estudos logo após o concurso. "Quero passar na federal", avisa, com firmeza.
Já sobre o futuro no mundo das faixas e coroas, Maria Eugênia, como uma boa miss, faz a linha política e desconversa. "Vamos um passo de cada vez. Está tudo ainda bem indefinido. Eu acredito que primeiro vamos em busca dessa coroa internacional, depois quero lutar pelo meu sonho de ser médica. Quem sabe, após eu me formar, volte sempre ao mundo miss".
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