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De faixa a coroa

Mister Supranational 2023: Nadador olímpico quer trazer título inédito para o Brasil

Henrique Martins participa da final do mundial neste sábado (15), na Polônia

Henrique Martins em ensaio pós vitória no Mister Brasil CNB 2023
Henrique Martins em ensaio pós vitória no Mister Brasil CNB 2023 - Raffa Rodrigues
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São Paulo

Quando o paulista Henrique Martins, 31, atual Mister Brasil, entrou para o mundo das faixas e coroas, ele jamais imaginou o que iria encontrar. Afinal, até então, ele teve toda a sua carreira principalmente cunhada no esporte, como nadador olímpico. Prestes a participar da final do concurso Mister Supranational 2023, neste sábado (15), Henrique sabe dosar expectativas e promete entregar o seu melhor no mundial, na Polônia.

"Eu sou um Mister Brasil um pouco fora do padrão a que o pessoal estava acostumado. Da minha parte, estou disposto a fazer o melhor possível. Acho que o comprometimento, às vezes, é muito mais importante do que o talento em si", disse ele, em conversa com a coluna, diretamente do confinamento da competição masculina.

Com uma paixão particular pelas piscinas, o rapaz, natural de Campinas (SP), despontou na natação logo cedo e competiu pelo país nos Jogos Olímpicos Rio 2016, onde foi finalista em uma das categorias. Hoje, ele vê que seus atributos de atleta o ajudaram na nova jornada e consegue até traçar um paralelo entre o mundo da beleza e das raias.

"Está uma loucura de verdade aqui, bem mais puxado do que tudo que eu estava imaginando, mas também bastante gratificante. É uma experiência que eu nunca tinha imaginado, não tinha planejado e que tem me surpreendido todo dia", analisa. "Como atleta, além da questão da disciplina e do foco, quando tenho um grande objetivo, vou quebrando ele em pequenas tarefas."

Sobre estar vivenciando mais um mundial, mesmo que em um ramo diferente, ele diz que a sensação é também similar. "A experiência é muito parecida com a esportiva. O que mais me lembra dos mundiais de natação para agora é a parte da interação, da troca de cultura, de fazer amigos do mundo inteiro. Então é sempre uma experiência muito especial."

Formado em publicidade, ele sempre fez um e outro trabalho como modelo, o que também tem ajudado no concurso. Com apoio da família, amigos e, agora, do mundo miss, ele pode fazer história e trazer o primeiro título de Mister Supranational para o Brasil.

Confira abaixo a entrevista completa.

De nadador a Mister. Como tem sido para você essa jornada?
Está uma loucura de verdade aqui, bem mais puxado do que tudo que eu estava imaginando, mas também bastante gratificante. Está sendo incrível, é uma experiência que eu nunca tinha imaginado, não tinha planejado e que tem me surpreendido todo dia. Começou como algo pequeno, simples, sem muita expectativa e está me proporcionando experiência de vida É uma experiência que eu vou levar para o resto da vida, uma história que eu vou contar. Convivo aqui com pessoas de diferentes países, estou fazendo amigos e tendo a oportunidade de participar de um evento tão grande. Ontem eu estava no palco e deu para ter uma noção de quão grandioso é o evento, o quanto eles investem e a visibilidade que tem. Então está sendo uma experiência incrível!

Quais habilidades de atleta você traz para o Supra?
Como atleta, além da questão da disciplina e do foco, quando tenho um grande objetivo, vou quebrando ele em pequenas tarefas. E eu vejo o concurso da mesma maneira. Então, claro que objetivo principal é o resultado final, mas, para isso acontecer, a gente tem que ir quebrando em vários pequenos objetivos, pequenas metas, desde antes do concurso. Tiveram os desafios dos vídeos, toda uma preparação feita, tive que preparar as roupas, a mala... Agora tem que ir um dia de cada vez, pois tem os ensaios e as provas. Então essa bagagem de atleta ajudou muito para me organizar. E, claro, na hora da adrenalina, a gente tem que conseguir performar, e sobre isso eu já estava bem acostumada na vida como atleta.

Como nadador, você já disputou mundiais. Consegue traçar um paralelo entre os mundiais de natação e o mundial de mister?
Dá para traçar totalmente um paralelo, pois a experiência é muito parecida. Quando a gente fala de nível mundial, é sempre um nível muito alto, muito competitivo. E eu consegui perceber isso aqui, pois o pessoal vem muito bem preparado. Não tem ninguém que caiu de paraquedas nesse nível já. A principal coisa que me lembra dos mundiais de natação para agora é a parte da interação, da troca de cultura, de fazer amigos do mundo inteiro. Então é sempre uma experiência muito especial, pois, além da competição, tem toda essa parte de interação também.

Como tem sido o apoio da família, amigos e fãs?
O apoio da família e dos amigos tem sido incrível, eles estão muito animados! Eles também nunca esperavam que eu fosse passar por uma experiência dessa, e a gente está curtindo cada momento. O apoio dos fãs também, estou recebendo muita mensagem legal. O pessoal da natação comprou a ideia, e estão votando, compartilhando, torcendo. Teve até mídia especializada falando sobre o assunto, e é muito legal unir esses mundos e saber que tem esse carinho ainda do pessoal da natação.

Como está sendo o confinamento? O que está sendo mais legal e o mais desafiador?
O confinamento é bem desafiador, pois tem uma rotina, principalmente agora, com muitos ensaios e é um pouco pesado. A gente começa mega cedo, tipo 6 da manhã, e vai dormir às 2 e meia da manhã. É puxado, e o pessoal já tá sentindo um pouquinho o cansaço. Mas está sendo muito legal a interação. A gente realmente está fazendo grandes amigos, a energia é muito boa. Quem está de fora, às vezes, pensa só na competição, mas é possível competir e, ao mesmo tempo, ter uma interação de amigos, um ajudando o outro. Está tendo muito disso aqui e está sendo bem especial essa interação no confinamento.

Quais as suas expectativas para a final e o que acha dos seus concorrentes?
É muito difícil para a gente avaliar como os jurados estão vendo cada candidato, ou quem está forte e quem não está. Tem muita gente que o pessoal não tinha expectativa e que cresceu muito durante o confinamento, então acho que vai estar bem parelho. Não dá para prever muito resultado. Da minha parte, estou fazendo o melhor possível. Olhando para o que já foi feito, realmente me preparei e consegui performar. Agora tem a final, que eu vejo que está mais na mão dos jurados. Temos que esperar para ver o que vai rolar.

Como tem sido a troca com a Sancler Frantz, a Miss Supranational Brasil aí no confinamento?
Eu só vi a Sancler duas vezes, não deu pra gente conversar muito. Estou acompanhando de longe, torcendo. Ontem fiquei gritando por ela na preliminar. Mas não dá para trocar muita ideia sobre as experiências, pois os concursos feminino e masculino têm agendas diferentes e dinâmicas separadas. Conversei um pouco ontem com o noivo dela na arquibancada, que é muito gente boa, sobre as experiências, o que cada um estava achando, das dificuldades. Acho que na final a gente vai ter a oportunidade de conversar um pouco mais.

Se perder, tudo bem por você?
Na própria carreira de atleta a gente está acostumado a perder. Acho que a gente tem mais derrotas do que vitórias, então o foco não tem que ser um resultado em si, e sim a performance, se foi feito o melhor possível ou não. Nesse ponto, tenho certeza de que eu fiz o melhor que eu poderia.

O que você leva do concurso e qual legado pretende deixar?
Eu levo, além de grandes amigos do concurso, um aprendizado de como a gente realmente tem que se conhecer, tem que desenvolver o autoconhecimento para melhorar todas as fraquezas, porque aqui elas ficam muito mais expostas. Como legado, eu pretendo deixar, principalmente, o de fazer o melhor até nos pequenos detalhes, de ter excelência na prática e de curtir o momento também. Acho que eu sou um Mister Brasil um pouco fora do padrão a que o pessoal estava acostumado, o que até gerou muitas críticas inicialmente, mas agora estou tendo um apoio muito positivo. O pessoal viu que, da minha parte, estou disposto a fazer o melhor possível. Acho que o comprometimento, às vezes, é muito mais importante do que o talento em si, e acho que esse talvez seja o meu maior legado.

Quer deixar uma mensagem para os leitores?
Quero agradecer de coração todo o o apoio do pessoal que está acompanhando, dos fãs. Essa energia positiva está chegando aqui! Eu sei da responsabilidade que é representar nosso país e representar todo mundo. Tem que ter muito comprometimento, e eu entendo isso e estou fazendo o meu melhor. Espero deixar todo mundo orgulhoso em casa.

De faixa a coroa

Fábio Luís de Paula é jornalista especializado na cobertura de concursos de beleza, sendo os principais deles o Miss Brasil, Miss Universo, Miss Mundo e Mister Brasil. Formado em jornalismo pelo Mackenzie, passou por Redações da Folha e do UOL, além de assessorias e comunicação corporativa.
Contato ou sugestões, acesse instagram.com/defaixaacoroa e facebook.com/defaixaacoroa

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