Miss Universo 2022: Brasil fica de fora do primeiro corte pela 2ª vez seguida
Capixaba Mia Mamede não se classificou entre as 16 semifinalistas
A brasileira Mia Mamede, 27, não conseguiu se classificar entre as 16 semifinalistas do Miss Universo 2022. Com isso, a capixaba ficou fora da competição pelo título deste ano, que aconteceu na cidade americana de Nova Orlean s, na Louisiana. A vencedora foi a Miss Estados Unidos, R'Bonney Gabriel, 28, venceu a final.
Esta é a segunda vez seguida que a representante brasileira no concurso fica de fora do primeiro corte. No ano passado, a cearense Teresa Santos também parou no mesmo ponto da disputa. Já em 2020, a gaúcha Júlia Gama ficou em segundo lugar, atrás apenas da mexicana Andrea Meza.
Antes delas, a última vez que o Brasil tinha ficado de fora do primeiro corte foi em 2010, com a mineira Débora Lyra. Desde então, todas as misses brasileiras ficaram pelo menos na 20ª colocação —o número de semifinalistas variou entre 20 e 13 durante esses anos.
Os missólogos –nome dado aos especialistas em concursos de beleza– consultados anteriormente pela coluna tinham avaliações distintas sobre o possível desempenho de Mia. Por exemplo, para o empresário gaúcho Henrique Fontes, que comanda o site Global Beauties, se ela tivesse chance de falar ao microfone no palco, entrava na briga pela coroa.
"Ela é muito inteligente, culta e comunicativa. Sua oratória é poderosa, e ela tem também cultura, paixão por projetos sociais e a experiência de ter crescido pelo mundo e morado em diferentes países. Seu inglês é impecável", enumerou.
Por sua vez João Ricardo Camilo Dias, curador da página Miss Brazil On Board, discordou do colega, e já não via a brasileira indo para o pódio. "Ela realmente é desenvolta na comunicação, mas não a vejo com condição de vencer. Não acredito que ela tenha o perfil que eles buscam, de acordo com o que foi declarado pela nova dona do concurso", analisou.
"Hoje vemos os grandes certames mundiais elegendo, nas últimas edições, candidatas que são reconhecidas por sua beleza, além de outros atributos. E é isso que as pessoas buscam. Minha análise técnica é de que uma miss mais completa está sendo procurada, e dessa vez o Brasil não tem chances", concluiu.
Mia foi eleita em julho do ano passado e, desde então, iniciou uma intensa rotina de aulas, planejamentos e decisões para obter o melhor desempenho no mundial —sempre sob o olhar atento da gaúcha Marthina Brandt, Miss Brasil 2015 e atual diretora-geral do Miss Universo Brasil. Ela levou consigo um total de 120 kg de roupas e acessórios, distribuídos em seis malas, fora as bolsas de mão.
Em entrevista para a coluna pré-embarque, Mia se disse confiante. "Me sinto mais confiante ainda. Tive a oportunidade de ter uma equipe fenomenal no Miss Universo Brasil, que me ajudou muito nesse sentimento. Me conheço melhor, aprimorei oratória, passarela, dança, aprendi muito sobre cabelo, maquiagem, tive orientação de nutrição, preparação física", explicou.
Jornalista graduada na Universidade de Nova York, a Miss Universo Brasil fala fluentemente inglês, é apresentadora, influenciadora digital e se considera uma comunicadora nata. Após o anúncio de que tinha sido eleita Miss Brasil, recebeu uma enxurrada de críticas nas redes sociais —a maior parte de internautas que apoiavam outras participantes— mas conseguiu virar o jogo e construiu uma rede de apoiadores.
Se tivesse vencido, ela quebraria um jejum de mais de 50 anos no certame, já que a última vez que o Brasil venceu foi em 1968, com a baiana Martha Vasconcellos.
*O jornalista viajou a convite da organização do Miss Universo Brasil.
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