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De faixa a coroa

Abena Appiah, dos EUA, é primeira mulher negra a vencer Miss Grand International

Concurso é o primeiro mundial presencial desde início da pandemia

 Abena Appiah vence o Miss Grand International 2020
Abena Appiah vence o Miss Grand International 2020 - Reprodução
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A representante dos Estados Unidos, Abena Appiah, venceu na manhã deste sábado (27) a coroa de Miss Grand International 2020. Ela tornou-se assim a primeira miss eleita, a nível mundial, de forma presencial durante a pandemia de Covid-19. É também a primeira vez que os EUA vencem o concurso e que uma mulher negra ocupa o trono.

Em segundo e terceiro lugares na classificação ficaram as misses Filipinas, Samantha Mae Bernardo, e Guatemala, Ivana Batchelor. Completaram ainda o grupo das cinco finalistas as misses Indonésia, Aurra Kharishma, e Brasil, Lala Guedes, respectivamente na quarta e quinta posições (confira a lista dos tops ao final do texto).

Estudante de medicina, a modelo paraibana Lala Guedes, 27, fez bonito na disputa e conquistou a mesma colocação que sua antecessora no concurso, a paulista Marjorie Marcelle. Ela foi eleita há mais de um ano, em janeiro de 2020, e desde então vinha se preparando para este dia.

A miss já morou em vários países trabalhando com moda, fala inglês fluente e é natural de Campina Grande (PB). Guedes é também a primeira nordestina a ocupar o posto de Miss Grand Brasil. "Meu sentimento é de gratidão por tudo e todos os envolvidos nesse sonho!", postou ela recentemente em seu perfil no Instagram, que tem mais de 30 mil seguidores.

O concurso deste ano contou com 63 misses e foi realizado na cidade de Bancoc, na Tailândia, onde a crise sanitária está num nível bastante avançado de controle. Depois de um 2020 sem concursos internacionais presenciais, o Miss Grand foi o primeiro das maiores e mais tradicionais competições de beleza a anunciar o retorno à ativa. Só depois dele, foi que o Miss Universo e o Miss Mundo tomaram coragem para marcar suas datas e locais, respectivamente anunciados para maio, nos EUA, e dezembro, em Porto Rico.

Sem surpresas, o tema da pergunta final foi sobre a pandemia. A proposta era saber das finalistas se optariam por botar seu país em lockdown para salvar os cidadãos, mesmo prejudicando seriamente a economia, ou se prefeririam manter tudo aberto, e suas razões da resposta. Depois, para o top 3, foi perguntado se elas salvariam uma criança ou um idoso infectado pela Covid-19.

Appiah foi coroada pelas mãos da sua antecessora, a venezuelana Valentina Figueroa, que estava bastante emocionada no momento. Eleita em outubro de 2019, Figueroa teve o reinado mais longo da história do concurso, e completou quase um ano e meio à frente do título.

A americana ganhou, além do título e da coroa, US$ 40 mil em dinheiro (aproximadamente R$ 220 mil) e a oportunidade de morar em um apartamento de luxo em Bancoc pelo período do reinado. Tudo indica, porém, que ao contrário de Figueroa, Appiah terá o reinado mais curto da competição, já que a edição 2021 do Miss Grand International deve ser realizada ainda em outubro deste ano.

Com ascendentes de Gana, a modelo já participou de outros grandes concursos internacionais, como o Miss Terra em 2019 e o Miss Universo em 2014, representando o país de sua família.

O show da final aconteceu no moderno Show DC Hall, um enorme complexo local de entretenimento que combina instalações para shows, compras e alimentação. O espetáculo contou com plateia presencial e as misses sem máscara no palco. Os destaques da trilha sonora ficaram com a música "Bola Rebola", de Anitta, Tropkillaz, J. Balvin e MC Zaac, no desfile de traje de banho, e "Rain On Me", de Lady Gaga e Ariana Grande, na coreografia de abertura.

As postulantes trocaram várias vezes de roupa, e se apresentaram em meio a cenários virtuais projetados em enormes painéis de led. Em um certo momento, inclusive, eles mostraram imagens de gosto duvidoso, que simulavam uma silhueta brilhante da molécula do novo coronavírus.

ISOLAMENTO E TESTE DE COVID

O início da vacinação ao redor do mundo foi o suficiente para encorajar o diretor do certame, o empresário tailandês Nawat Itsaragrisil, a bater o martelo na agenda e apostar num esquema seguro para a participação de todos, sem que a crise sanitária atrapalhe a celebração.

Após aterrissagem em solo tailandês, cada uma das candidatas e dos envolvidos no evento fizeram uma quarentena de 14 dias no quarto, em isolamento total. A medida foi uma exigência do governo local, que quer manter o número baixo de mortes e casos em decorrência do novo coronavírus.

Para se ter uma ideia, entre os mais de 70 milhões de habitantes do país asiático, desde o início de 2020 até o momento, foram registradas apenas 92 mortes (dado de 27 de março) pelo vírus.

Mesmo assim, alguns países com tradição no concurso, como Austrália, Índia, China e Nova Zelândia, não mandaram suas misses por conta da pandemia. “Além do cuidado dos organizadores conosco, incluindo a excelente comida servida durante as três refeições diárias, nos mantiveram ocupadas com uma série de desafios de vídeo e foto”, conta Guedes.

A Miss Brasil, assim como as colegas, foi testada para o Covid-19 no seu sexto dia em solo tailandês. Seu resultado foi negativo, diferente das representantes do Quênia e da Nigéria, que testaram positivo, mas logo retornaram à disputa após internação hospitalar para tratamento.

RECENTE E POTENTE

O Miss Grand International é um concurso relativamente recente, surgiu em 2013, mas que alcançou grande notoriedade em pouco tempo. Com alto investimento e produções impecáveis, a competição é considerada uma das favoritas de missólogos e fãs por ser mais dinâmico e mesclar a importância do apoio a projetos sociais sem deixar de lado o ritmo fashion e despojado.

Além de Appiah, já se consagraram vencedoras misses do Paraguai, Peru, Indonésia, Austrália, Cuba e Porto Rico, e a estudante de arquitetura Valentina Figueroa, da Venezuela, que passou a coroa. Além da Tailândia, o concurso foi também realizado na Venezuela, Mianmar, Vietnã e Estados Unidos.

TOP 5 - terceiro corte
1º - Estados Unidos - Abena Appiah
2º - Filipinas - Samantha Mae Bernardo
3º - Guatemala - Ivana Batchelor
4º - Indonésia - Aurra Kharishma
5º - Brasil - Lala Guedes

TOP 10 - segundo corte
Argentina - Mariana Varela
Brasil - Lala Guedes
Estados Unidos - Abena Appiah
Filipinas - Samantha Mae Bernardo
Guatemala - Ivana Batchelor
Indonésia - Aurra Kharishma
Malásia - Jasebel Robert (eleita por voto popular)
Porto Rico - Fabiola Valentín
República Tcheca - Denisa Spergerová
Tailândia - Namfon Chantarapadit

TOP 20 - primeiro corte
Argentina - Mariana Varela
Brasil - Lala Guedes
Camboja - Chily Tevy
El Salvador - Luciana Martínez
Estados Unidos - Abena Appiah
Filipinas - Samantha Mae Bernardo
Guatemala - Ivana Batchelor
Indonésia - Aurra Kharishma
Inglaterra - Stephanie Wyatt
Japão - Ruri Saji
Mexico - Angela León
Mianmar - Han Lay
Panamá - Angie Keith
Peru - Maricielo Gamarra
Porto Rico - Fabiola Valentín
Quênia - Irene Ng'endo Mukii
República Dominicana - Lady Laura León
República Tcheca - Denisa Spergerová
Tailândia - Namfon Chantarapadit
Vietnã - Nguyen Le Ngọc Thao

De faixa a coroa

Fábio Luís de Paula é jornalista especializado na cobertura de concursos de beleza, sendo os principais deles o Miss Brasil, Miss Universo, Miss Mundo e Mister Brasil. Formado em jornalismo pelo Mackenzie, passou por Redações da Folha e do UOL, além de assessorias e comunicação corporativa.
Contato ou sugestões, acesse instagram.com/defaixaacoroa e facebook.com/defaixaacoroa

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