Estreia de 'Encantado's' eleva audiência da Globo
Série é primeira criação de autoras negras, com elenco majoritariamente negro, feito inédito na emissora
A estreia de "Encantado’s", primeira série criada por Renata Andrade e Thais Pontes, foi bem recebida pela audiência da TV aberta, como se imaginava. O enredo é escrito pelas duas, em parceria com Antonio Prata, colunista da Folha, e Chico Mattoso, ambos responsáveis pelo texto final.
A história, localizada no bairro Encantado's, periferia do Rio, focaliza um mercado do subúrbio que vira quadra de escola de samba à noite. O estabelecimento foi herdado pelos irmãos Olímpia (Vilma Melo) e Eraldo (Luís Miranda). Ela é quem mantém o comércio em pé, enquanto ele está mais interessado no desempenho do samba.
Na Grande São Paulo, maior mercado de consumo do país, o primeiro episódio da série marcou 18 pontos de média com 35% de participação entre as TVs ligadas no horário. Isso corresponde a um crescimento de 20% (ou 3 pontos) de audiência e de 4% de participação em relação às quatro terças-feiras típicas anteriores.
O que significam "terças típicas"? São terças sem o BBB, programa que ocupava o horário até a semana passada. Mesmo assim, há que se considerar que esta última temporada do reality show não bateu nos 19 pontos de média em São Paulo, o que mantém "Encantado's" em igual nível de público, sem falar na utilidade bônus trazida pelo repertório da série de ficção.
No Rio, foram registrados 20 pontos com 36% de participação, um crescimento de 20% (2 pontos) de audiência e de 3% de share, também em relação às quatro terças típicas anteriores.
Segundo dados da Kantar Ibope Media, 1 ponto de audiência neste ano representa 206.674 telespectadores na Grande São Paulo e a 125.405 indivíduos na Grande Rio.
"Encantado's" estreou no ano passado no GloboPlay e foi premiada pela APCA --Associação Paulista dos Críticos de Artes-- como melhor comedia de TV do ano. O GloboPlay já produz uma segunda temporada da obra.
A produção é a primeira criação de duas autoras negras na empresa, fruto de uma oficina de roteiros lançada pela Globo só para dramaturgos pretos, e o elenco é majoritariamente negro, tendo Tony Ramos, uma exceção, justamente como vilão. O script foge dos lugares historicamente ocupados por atores afrodescendentes na TV, ou seja, nada a ver com escravidão ou violência, muito pelo contrário. A trama preza por otimismo e valores positivos nas searas sociais, econômicos e familiares.
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